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Colheita e vendas de soja do Brasil ficam mais lentas, diz Pátria AgroNegócios

04 abr 2022, 12:27 - atualizado em 04 abr 2022, 12:27
Soja
Os trabalhos de colheita de soja, que avançaram cerca de cinco pontos percentuais ante a semana anterior, estão ainda adiantados ante a média dos últimos cinco anos para a época, de 79,4% (Imagem: REUTERS/Jose Roberto Gomes)

A colheita de soja do Brasil atingiu 81,7% de toda área cultivada no país na temporada 2021/22 até o final da semana passada, afirmou nesta segunda-feira a consultoria Pátria AgroNegócios, notando que os trabalhos de campo estão mais lentos perto do final, assim como as vendas limitadas pela queda nos preços.

Os trabalhos de colheita, que avançaram cerca de cinco pontos percentuais ante a semana anterior, estão ainda adiantados ante a média dos últimos cinco anos para a época, de 79,4%, mas perdendo ritmo.

Há atrasos importantes nas atividades no Rio Grande do Sul, que sofreu sérios problemas de seca na temporada 2021/22 –colaborando para uma queda drástica na safra brasileira— e agora registra chuvas excessivas em alguns pontos.

Conforme números da consultoria, o Rio Grande do Sul havia colhido até o final da semana passada pouco mais de um quarto da sua soja.

“No atual momento, temos preocupações se concentrando nos extremos do Brasil (extremo norte e extremo sul), uma vez que a grande maioria da safra brasileira do centro do país já foi colhida”, disse o diretor da Pátria AgroNegócios, Matheus Pereira.

A maioria dos Estados já superou 90% da área colhida, com exceção do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Maranhão, Bahia, Piauí e Pará, conforme os dados.

“O fato curioso é que tivemos um início de safra extremamente acelerado, entretanto esta reta final está muito lenta. Estamos perdendo a inércia de manter o progresso semanal de campo em patamares recordes, aliás, já perdemos!”, disse Pereira.

Segundo ele, as dificuldades de colheita no Rio Grande do Sul agora se tornam “o centro das atenções ao mercado brasileiro”.

“Depois da falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras gaúchas, há relatos agora de dificuldades com os excessos pluviométricos.”

Com relação aos negócios, o recuo recente nas cotações da soja na bolsa de Chicago fez o produtor limitar as vendas. A commodity atingiu máximas em quase dez anos em março, acima de 17 dólares por bushel.

“O volume de negócios desacelerou, apesar de que neste momento vivemos a alta necessidade de levantamento de caixa por parte do produtor rural. É um período de elevadas despesas com custeios, financiamentos…”, disse.

Os preços despencaram na semana passada após o governo dos Estados Unidos estimar um plantio norte-americano acima do esperado em 2022. Além disso, o dólar está se desvalorizando frente ao real.

“A queda na soja no Brasil neste exato momento, que veio acarretada pela valorização da nossa moeda, chega num período doloroso à base da cadeia produtiva: produtor rural.”

Apenas na última sexta-feira, segundo dados do Cepea, a soja negociada no porto de Paranaguá teve queda diária de mais de 4%, para 178,54 reais a saca de 60 kg.

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