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Colheita de soja no MT está 16% atrasada em relação à safra anterior e La Niña pode afetar agricultores até abril, diz CNA

15 fev 2025, 11:00 - atualizado em 15 fev 2025, 11:14
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(iStock.com/Wirestock)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou na última quinta-feira (13) a primeira edição do boletim Análise CNA. O documento traz um panorama do clima para os próximos meses e os impactos das chuvas em culturas agrícolas como café, soja, milho e cana-de-açúcar.

O relatório é elaborado pelo núcleo de inteligência de mercado da instituição, que espera que o fenômeno climático La Niña siga no radar dos produtores, já que pode durar até abril deste ano. Com maior intensidade de chuvas, o estado do Mato Grosso (MT) atrasou em 16% a colheita da soja, no pior ritmo desde 2021.

No mês de fevereiro, o clima deve seguir quente e chuvoso em grande parte do país, com exceção da Região Nordeste e do estado do Rio Grande do Sul (RS), que devem registrar menos precipitações, ou seja, menos chuvas.

O mesmo cenário deve se manter em março, com mudanças significativas somente a partir de abril, quando a chuva dará uma trégua no país, exceto pela Região Norte. O relatório do CNA ainda informa sobre os efeitos do clima nas principais culturas.

Em relação à soja e ao milho, os especialistas apontam que a escassez de chuvas no sul está afetando o desenvolvimento das lavouras. Além disso, os volumes de precipitação possivelmente abaixo da média até o fim do La Niña em abril, também têm levantado preocupações para a segunda safra.

Chuvas complicam colheita da soja

A soja é o produto que mais sofre com condições climáticas neste início de ano. Depois de preocupar produtores no início da safra 24/25 por demorar para chegar, a chuva veio com tudo em janeiro. O grande volume de precipitações têm dificultado a entrada de colhedoras no campo.

O ritmo da colheita em janeiro foi muito mais lento que os anteriores e se assemelhou ao de 2021. Na ocasião, a colheita da soja na safra 20/21 foi limitada por chuvas, resultando em perdas na segunda safra de milho.

Um fato positivo é que no início de fevereiro, a chuva deu trégua e os produtores conseguiram avançar com as atividades. Mesmo assim, em relação à safra passada, a colheita está 16% atrasada no Mato Grosso (MT), 8% em Minas Gerais (MG) e 6% em São Paulo (SP).

Riscos do atraso

Segundo a CNA, a alta umidade e o tempo prolongado do grão no campo favorecem o surgimento de doenças, e, dessa forma, podem fazer a soja germinar diretamente na vagem e causar grãos ardidos.

Com a janela mais curta para o plantio da segunda safra de milho, os riscos da produção também são maiores. Além da questão da qualidade, o período chuvoso pode prejudicar a logística e a armazenagem.

Ainda, as condições das estradas pioram, dificultando o escoamento da produção. Nos armazéns, as cargas podem ser rejeitadas devido ao excesso de umidade.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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