Colheita de soja começa em ritmo lento no Mato Grosso, segundo Aprosoja
O Mato Grosso (MT), principal Estado produtor de soja do Brasil, começou a colheita de forma “tímida”, após um atraso no plantio que está impactando o início dos trabalhos da safra 2024/25, afirmou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
“Alguns produtores já iniciaram uma colheita precoce, mas, de maneira geral são poucos ainda”, declarou o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Pedro Bier, ao ser questionado pela Reuters.
Segundo ele, devido ao atraso no plantio causado pelo tempo seco até o início de outubro, “espera-se que a colheita também sofra um atraso, já que a janela ideal para o trabalho foi reduzida”.
O representante da Aprosoja não detalhou quanto da área do Estado já foi colhida, o que deverá ser realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na próxima sexta-feira, quando o órgão de análises vinculado aos produtores deverá divulgar o seu primeiro informe de colheita da safra 2024/25.
Em 12 de janeiro do ano passado, o Mato Grosso havia colhido 6,46% da área do Estado em 2023/24, segundo dados do Imea.
Em 24/25, o Mato Grosso plantou 12,66 milhões de hectares com soja, um aumento de 1,47% em relação à safra anterior, segundo o Imea. Com expectativa de recuperação de produtividade após a seca do ano passado, a produção deverá crescer 12,78%, para 44 milhões de toneladas.
Depois do atraso inicial, as chuvas vieram ao Mato Grosso, permitindo que os produtores acelerassem as atividades.
Com precipitações regulares, a safra “pode ser recorde”, admitiu Bier, ponderando que é necessário observar o desenvolvimento do clima antes de uma afirmação mais precisa.
“No entanto, é cedo para garantir que a safra será realmente recorde. Alguns fatores, como falta de luminosidade no início do ciclo, podem ter afetado a produtividade, e isto é visto nas primeiras áreas colhidas no Estado”, afirmou ele.
Ele disse que as lavouras irrigadas com pivô estão produzindo menos soja que o esperado.
“Portanto, embora a possibilidade de um recorde exista, a confirmação dependerá das condições que se desenrolarem nas próximas semanas”, destacou.
Produtores estão monitorando as chuvas, já que há previsões de que elas possam ser frequentes nas próximas semanas, o que poderia atrapalhar a colheita.
“Ainda não temos dados definitivos sobre o impacto das chuvas na colheita, já que as atividades no Estado ainda estão tímidas. No entanto, é possível que, em algumas regiões, as chuvas possam representar um obstáculo para o avanço da colheita”, disse ele.
Segundo Bier, a situação ficará mais clara conforme a colheita se intensificar nas próximas semanas.
“Mas caso haja um volume alto de chuva na colheita, corre-se o risco de problemas como danos à qualidade dos grãos por causa do excesso de umidade, além do sobrecarregamento dos armazéns, porque todo o grão deve chegar junto”, comentou.
Como houve uma concentração muito grande do plantio de soja no Estado após a seca inicial, tende a haver uma intensificação dos trabalhos de colheita.
Caso chova, isso pode sobrecarregar a logística e a infraestrutura de armazenamento do Mato Grosso, conforme análise anterior da consultoria AgRural.
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