Colheita de soja atinge 8% da área no RS com grãos de baixa qualidade; milho vai a 77%
A colheita de soja 2022/23 alcançou 8% da área cultivada no Rio Grande do Sul, avanço semanal de 4 pontos percentuais, mas com atraso em relação a anos anteriores, disse nesta quinta-feira a Emater-RS, citando também problemas na qualidade dos grãos colhidos após períodos de seca que atingiram as lavouras.
Um ano antes, os trabalhos de colheita estavam em 20% e a média histórica para esta época do ano é de 35%, segundo dados da empresa de assistência técnica e extensão rural.
A insuficiência de chuvas durante os meses de verão provocou redução de cerca de 30% no potencial produtivo da oleaginosa, e a produtividade atual é estimada em 2.175 quilos por hectare.
“Além da redução na produção, há problemas na qualidade dos grãos colhidos, muitos apresentam maturação forçada, sem o correto desenvolvimento”, disse a Emater em relatório.
“Parte dos grãos está malformada, (são) pequenos e com menor peso, o que reduz a rentabilidade e o resultado comercial das lavouras”, acrescentou.
A empresa ressaltou que outros fatores contribuem para que a produção gaúcha tenha níveis distintos de produtividade nesta safra, como a compactação do solo, o baixo acúmulo de palhada de cobertura das áreas e a falta de rotação de culturas.
Em contrapartida, a ocorrência de chuvas de intensidade variável na última semana auxiliou na maturação mais uniforme das lavouras em desenvolvimento, comentou a Emater.
A maioria das áreas gaúchas está em fase de maturação, totalizando 42%.
Já a colheita de milho atingiu 77% das áreas do Rio Grande do Sul, versus 74% na semana passada.
No mesmo período do ciclo anterior, os trabalhos estavam em 73%, enquanto a média histórica é de 64%.
“A colheita avançou mais lentamente no Estado, evoluindo em propriedades que dispõem de estrutura própria de armazenamento e em pequenas produções. As estruturas comerciais ou coletivas concentram a logística na colheita de soja”, disse o relatório.
Assim como na soja, a produtividade do cereal é variável, conforme a distribuição das chuvas e o uso de irrigação.
“Em lavouras que não possuem essa tecnologia e as precipitações foram insuficientes, os resultados foram ainda piores”, completou.