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Colheita de milho da SLC tem rendimento acima do esperado em ano de quebra

08 jul 2021, 17:47 - atualizado em 08 jul 2021, 17:47
Milho no Texas
Na safra passada, a companhia fechou com média de mais de 122 sacas de milho por hectare (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)

A SLC Agrícola (SLCE3) tem se surpreendido positivamente com os primeiros lotes de milho e algodão segunda safra 2020/21 que estão sendo colhidos, e acredita que as produtividades devem superar as expectativas da companhia, em uma temporada que sofreu problemas climáticos.

Apesar de uma safra inferior ao potencial produtivo, o diretor de Operações da SLC, Gustavo Lunardi, disse à Reuters que vê margens “excelentes” para o cereal dado o alto patamar de preço, e que a colheita tem mostrado bons resultados dentro do contexto de quebra pelas intempéries.

Ele afirmou que a empresa esperava colher entre 95 e 105 sacas de 60 kg por hectare de milho em Mato Grosso onde estão as principais operações da companhia.

“Mas agora temos expectativa que esse número possa ser maior”, afirmou ele, sem detalhar a nova projeção.

Na safra passada, a companhia fechou com média de mais de 122 sacas de milho por hectare.

Os trabalhos alcançaram 21,85% das lavouras do cereal e devem se intensificar nesta semana, conforme dados da SLC.

Para o algodão, a colheita atingiu 17,85% das áreas, com pico previsto para agosto.

“O desempenho vem muito em função das chuvas que acabaram ocorrendo no mês de abril e que favoreceram a cultura do milho mesmo ele estando plantado em uma janela não ideal e um pouco atrasada neste ano”, explicou.

Ele lembrou que, normalmente, a meta é finalizar o plantio de milho “safrinha” no mês de fevereiro, período em que há maior potencial produtivo para o cereal. No entanto, as condições climáticas que postergaram a retirada da soja dos campos fizeram com que algumas fazendas da SLC semeassem o milho até 17 de março.

“Se por um lado tínhamos um cenário de produtividade com potencial inferior, tínhamos do outro lado um cenário de preço muito favorável, que justificava o plantio da cultura mesmo com esse atraso”, afirmou o executivo.

E, de fato, a avaliação de Lunardi é de que seguir plantando mesmo fora da janela foi um bom negócio.

“Quando colocamos na balança a perda de produtividade, mais o ganho de preço e questão cambial, são margens excelentes na cultura do milho na safra 2020/21, muito acima do orçamento.”

O cereal fechou esta quarta-feira cotado em 95,17 reais por saca de 60 quilos, quase o dobro ante os 49,94 reais vistos um ano antes, de acordo com o indicador de milho Esalq/B3 do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Sobre a quebra, o diretor não detalhou quanto foi perdido por problema climático, mas destacou que a operação localizada em Mato Grosso do Sul foi a mais afetada pela seca.

Para ele, isso surpreendeu, pois o Estado tem clima historicamente estável.

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Próxima Safra

O ciclo de 2021/22 será o primeiro da SLC com a incorporação das áreas da Terra Santa e da Agrícola Xingu, do grupo Mitsui, após negócios concluídos na temporada atual.

Com isso, Lunardi disse que a companhia passará dos 470 mil hectares plantados nesta safra para 660 mil hectares em 2021/22 e, considerando este cenário, cerca de 90% dos custos de produção já estão travados.

“Começamos a comprar os insumos da safra 21/22, principalmente fertilizantes, lá em 2020. Então a gente se antecipou bastante e estamos praticamente 90% ‘hedgeados'”, afirmou ele.

Paralelamente às aquisições de insumos, ele disse que a companhia seguiu a política de gestão de riscos e também tem fixado a receita, “vendendo commodities no mercado futuro e isso faz com que a gente consiga garantir a margem da operação”.

Desta forma, ele ressaltou que a SLC está otimista tanto para o ano civil de 2021 quanto para 2022, com base nas variáveis que compõem as margens de lucro da empresa.