Cogna (COGN3) tem 1º lucro anual em 5 anos e mira dividendos

A Cogna (COGN3) pretende voltar a pagar dividendos a seus acionistas, após ter lucro líquido de R$ 880 milhões em 2024, cessando uma sequência de prejuízos anuais desde 2020, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo grupo de educação, um dos maiores do país.
Além do desempenho positivo na última linha do balanço, a companhia atingiu a previsão divulgada ao mercado no final de 2020, com um resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) recorrente de R$ 2,2 bilhões e uma geração de caixa operacional após investimentos de R$ 1 bilhão.
“Nosso plano é distribuir dividendos em 2025 baseado no lucro de 2024”, disse o presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério, em entrevista à Reuters, citando que tal decisão ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas, que está prevista para abril.
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Após o fechamento do mercado nesta quarta-feira, a Cogna anunciou que seus conselheiros aprovaram a distribuição de R$ 120,8 milhões em dividendos aos acionistas.
O executivo afirmou estar otimista para 2025 e adiantou que as captações de estudantes neste começo de ano sinalizam que o primeiro trimestre de 2025 deve ter uma resultado melhor do que a campanha do mesmo período de 2024, quando essa linha do balanço teve crescimento de 14,7% ano a ano.
Questionado sobre o potencial efeito do cenário macroeconômico mais desafiador no Brasil, ele falou que a empresa não tem no orçamento expectativa de desaceleração do crescimento, destacando o aumento de procura por cursos mais caros e adimplência controlada, com viés positivo.
“E mesmo que uma coisa ou outra ao longo do segundo semestre possa ter algum arrefecimento, temos mecanismos… para continuar ganhando eficiência”, acrescentou.
Cogna entrega trimestre forte
Apenas no quarto trimestre do ano passado, a empresa apurou um lucro líquido de R$ 925,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 397 milhões um ano antes, e o Ebitda alcançou R$ 1 bilhão, um salto de 87,7% em relação aos mesmos meses do ano anterior, com a margem passando de 28% para 46,4%.
Em termos ajustados, o lucro somou R$ 985 milhões, ante prejuízo de R$ 374 milhões no mesmo período de 2023, enquanto o Ebitda recorrente subiu 47%, para R$ 812 milhões, com a margem nessa métrica passando de 28,9% para 37,6%.
Projeções compiladas pela Lseg apontavam lucro de R$ 265 milhões e Ebitda de R$ 744 milhões.
A Cogna destacou que o desempenho do Ebitda recorrente veio principalmente do ganho de eficiência em todas as unidades de negócio.
A receita líquida somou R$ 2,16 bilhões, alta de 13,2% ano a ano, com destaque para as unidades Kroton e Vasta, que mostraram acréscimos de 16% e 26%, respectivamente, enquanto Saber mostrou declínio de 5,5%.
Esses números têm como pano de fundo um mercado de trabalho aquecido no país, com a taxa de desemprego em patamares baixos e renda em alta. Mas esse cenário pode mudar diante do potencial efeito da política monetária mais restritiva na desaceleração da economia a fim de controlar a inflação.
A geração de caixa operacional após investimento totalizou R$ 337 milhões nos últimos três meses de 2024, aumento de 40%, com a empresa atribuindo o desempenho ao crescimento na receita de Kroton com melhor conversão de caixa e recebimentos relacionados ao PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático).
A dívida líquida caiu 12,1%, para R$ 2,88 bilhões, com o índice de alavancagem medido pela relação entre dívida líquida/Ebitda ajustado caindo para 1,35 vez, o menor registro desde O quarto trimestre de 2018. No terceiro trimestre de 2024, a alavancagem era de 1,58 vez. Um ano antes, estava em 1,83.