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Cogna estuda apoio para alunos impactados financeiramente por Covid-19

31 mar 2020, 15:35 - atualizado em 31 mar 2020, 15:35
Cogna Educação
“Podemos assumir que algum aumento de provisão vai ocorrer em 2020, porque queremos apoiar os alunos”, acrescentou o executivo da empresa (Imagem: Youtube da Cogna)

O maior grupo de ensino superior do país, Cogna (COGN3), está preparando medidas de apoio financeiro a alunos impactados pela crise desencadeada pela epidemia de coronavírus no país, mas sem comprometer seus níveis de provisão para inadimplência, afirmou o presidente-executivo da companhia, Rodrigo Galindo, nesta terça-feira.

“Deveremos criar produtos de apoio aos alunos e vamos fazer de maneira a não aumentar muito nossa provisão, estamos avaliando modelo de desconto ou financiamento e focado apenas em alunos impactados (financeiramente) pelo Covid”, disse Galindo, em teleconferência com analistas da companhia.

“Podemos assumir que algum aumento de provisão vai ocorrer em 2020, porque queremos apoiar os alunos”, acrescentou o executivo.

As ações da Cogna lideravam as perdas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira, operando em queda de 16% por volta das 15h.

A empresa divulgou na madrugada desta terça-feira queda de 70% no lucro, em um resultado em parte pressionado por decisão da empresa de aumentar a provisão para inadimplência (PCLD) em 181 milhões de reais citando incertezas geradas pela pandemia de coronavírus.

Galindo afirmou que a Cogna conseguiu cumprir 70% de sua meta de captações de novos alunos do primeiro semestre até o dia 16 de março, quando tomou decisão de fechar todas as suas instalações de ensino presencial por causa da pandemia. A campanha continua via online até final de abril.

Questionado se a empresa avalia algum risco de decisão legislativa que obrigue a empresa a reduzir mensalidades, Galindo afirmou que, apesar da empresa estar promovendo seus cursos presenciais de maneira online, “os custos não diminuíram, eles aumentaram”.

“Nós mantivemos todos os custos originais de uma operação presencial e adicionalmente temos gastos e investimentos para garantir essa migração para o virtual”, afirmou o executivo.

Ele acrescentou que a Cogna mantém perspectiva de reajustar mensalidades no segundo semestre, como planejado antes da epidemia, mas que é cedo ainda para fazer previsões sobre isso.

A expectativa da empresa já era de investimentos menores este ano, depois que a Cogna concluiu desembolsos para ampliação de ensino presencial.

Já na área de sistemas de ensino, reunidos na unidade chamada Vasta, executivos da Cogna afirmaram que está havendo “fila grande” de escolas interessadas na plataforma de ensino online da empresa, além das que já são parceiras, e que a demanda por cursos de contraturno tem sido elevada o que sugere perspectivas otimistas para o negócio.

Galindo comentou ainda que a Cogna não recebeu do Ministério da Educação nenhuma indicação de eventuais mudanças no Programa de Livro Didático deste ano, em decorrência da epidemia de coronavírus.