Economia

Coca-Cola adere a programa Adote um Parque na Amazônia

28 abr 2021, 20:17 - atualizado em 28 abr 2021, 20:17
amazonas Amazônia
Atuando por meio de sua subsidiária brasileira, a Coca-Cola é a oitava empresa a aderir ao programa (Imagem: Cleiton Lopes/Sema)

A Coca-Cola fechou acordo nesta quarta-feira para patrocinar uma reserva protegida na floresta amazônica, juntando-se à cervejaria Heineken e a uma lista crescente de empresas globais que estão aderindo ao programa Adote um Parque.

Ambientalistas dizem que o programa, lançado este ano pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, equivale a “greenwashing”, ou uma ação de maquiagem para melhorar a imagem do governo na área ambiental, em um momento em que o desmatamento está aumentando.

Atuando por meio de sua subsidiária brasileira, a Coca-Cola é a oitava empresa a aderir ao programa ao adotar a Área de Relevante Interesse Ecológico Javari-Buriti por 658.850 reais pelo período de um ano.

O parque ocupa 132 quilômetros quadrados na remota porção oeste do Estado do Amazonas, e inclui uma das formações mais densas de floresta de palmeiras buriti no mundo.

Neste mês, a Heineken prometeu 466.900 reais para patrocinar uma reserva amazônica de 93 quilômetros quadrados que abriga uma comunidade tradicional de quilombolas no Maranhão.

Mais de 11.000 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia brasileira nos 12 meses até julho de 2020, uma área 14 vezes o tamanho da cidade de Nova York, de acordo com os dados anuais mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os ambientalistas culpam Bolsonaro, que enfraqueceu as agências de fiscalização ambiental e defende o desenvolvimento econômico nas áreas protegidas, pelo aumento do desmatamento. O programa Adote um Parque é apenas uma tentativa de melhorar a imagem do governo, dizem.

“O governo deveria reverter o desmonte ambiental… ao invés deste programa — que abre um enorme espaço para ´greenwashing´ (lavagem verde) e que não resolve o problema”, disse Cristiane Mazzetti, conservacionista do grupo Greenpeace Brasil, em nota.

O Ministério do Meio Ambiente e o serviço de parques ICMBio não responderam a pedidos de comentários sobre as críticas. O ministério disse que os recursos serão utilizados para melhorias de infraestrutura e preservação ambiental, sem dar mais detalhes.

A Coca-Cola Brasil afirmou que a adoção do parque faz parte de seu longo histórico de preservação da Amazônia, sem responder a perguntas sobre “greenwashing”.

A Heineken não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.

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