Consumo

CNDL/SPC Brasil: Confiança do consumidor cai 4,1 pontos no primeiro semestre

26 jul 2019, 17:13 - atualizado em 26 jul 2019, 17:14
De acordo com o estudo, a lenta recuperação econômica e o mercado de trabalho desaquecido têm deixado os consumidos pessimistas (Imagem: CNT)

O Indicador de Confiança do Consumidor registrou queda de 4,1 pontos nos últimos seis meses, de acordo com a CNDL/SPC Brasil. Com variação de zero a 100, o indicador só traz um olhar otimista do público se estiver com mais de 50 pontos.

De acordo com o estudo, a lenta recuperação econômica e o mercado de trabalho desaquecido têm deixado os consumidores pessimistas. No início de 2019, as expectativas estavam em alta, mas, na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, esse quadro pode começar a se alterar nos próximos meses com o anúncio de uma agenda positiva, que pode recuperar o desgaste observado neste primeiro semestre.

“Por ora, o que prevalece é a frustração com a lentidão da retomada econômica. Dados de mercado indicam uma melhora no ambiente, mas ainda está aquém do que o consumidor deseja. O fator positivo é que o mês de julho foi marcado por uma agenda importante, com avanço na aprovação da reforma da Previdência e a decisão do governo em liberar ao menos parte do saldo do FGTS para aquecer o consumo e saldar dívidas”, avalia o presidente.

A pesquisa avaliou que sete em cada dez (66%) brasileiros avaliam negativamente a economia brasileira atual. Para 27%, o desempenho é regular, enquanto para 6% o cenário é promissor. Entre os motivos para as avaliações negativas estão a alta no desemprego (67%), dos preços (59%) e das taxas de juros (35%).

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Futuro

O futuro também foi um dos assuntos abordados pelo levantamento. 34% dos brasileiros estão pessimistas com o que vem pela frente na economia do país, enquanto 26% declararam estar otimistas com as novidades. 36% não têm opinião formada.

Entre os motivos para o pensamento negativo, a percepção de não haver melhora em relação ao desemprego atinge 51% dos entrevistados. 50% dos participantes apontaram os altos preços e 38% discordam das medidas econômicas adotadas pelo governo. 36% acreditam que as leis e as instituições não favorecem o país e 33% estão aflitos com as instabilidades políticas.

Pensando nos brasileiros otimistas como cenário, 40% pontuaram que a situação política está mais estável há meses e 33% concordam com as medidas do governo. 26% não sabem explicar a razão de sua escolha.

Finanças Pessoais

O número de pessoas insatisfeitas com a sua própria situação financeira é menor do que as que estão insatisfeitas com o cenário do país. 42% dos entrevistados avaliam sua situação como ruim, 41% acreditam ser regular, enquanto 16% dizem ser boa. Pensando no futuro, 56% dos consumidores acreditam que o próximo semestre será bom para o próprio bolso.

“O emprego e a renda são variáveis essenciais na formação da confiança, mas dependem de um ritmo mais vigoroso de avanço da atividade econômica, que segue a passos lentos. Após meses de revisões de crescimento para baixo, a expetativa é de que o êxito na aprovação da reforma da Previdência, o ensaio para as discussões de uma reforma tributária em breve e a liberação dos saques do saldo do FGTS reverta a tendência de queda da confiança”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.