CNDL/SPC Brasil: Confiança de micro e pequenos empresários cai 7,6% no ano
O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa, medido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), registrou queda de 7,6% em julho comparado a janeiro deste ano e fechou o mês com 60,6 pontos.
Em termos percentuais, 66% dos micro e pequenos empresários se dizem otimistas com o futuro da economia brasileira, bem inferior aos 82% de janeiro. Como consequência, o número de empresários pessimistas subiu de 5% para 12% em seis meses. 21% acreditam em uma estabilidade.
Na visão de José Cesar da Costa, presidente da CNDL, com o debate sobre a previdência praticamente superado, espera-se que a atividade econômica possa ganhar força com as medidas de estímulo anunciadas pelo governo.
“A liberação dos saques do FGTS são um alento para consumidores e empresários, seja para impulsionar o consumo ou recuperar o crédito de quem está inadimplente”, afirma o executivo, que também vê a aproximação de datas comemorativas importantes, feito Dia das Crianças e Black Friday, como uma oportunidade para reduzir estoques e salvar perdas do ano.
Dentre os 66% dos empresários otimistas, as medidas econômicas adotadas pela atual equipe do governo são o principal fator para 43%, seguidas pela confiança em um cenário político mais favorável, com 32%.
Considerando os 12% que se disseram pessimistas, os principais fatores mencionados foram as incertezas no campo político, com 53% de menções, e o desemprego e o aumento dos preços, com 40%.
Sobre seus próprios negócios, 76% dos micro e pequenos empresários estão otimistas em algum grau, enquanto 6% se autointitulam pessimistas e 18% acreditam que a situação ficará como está.
“O empresário sempre é mais otimista com a sua empresa do que com a situação do país. Por mais que ele reconheça que se economia anda mal, sua empresa também é prejudicada, o empresário tende a se apegar ao fato de que uma boa gestão interna pode minimizar os efeitos negativos que vem de fora”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Situação atual
Em janeiro, 30% dos empresários tinham a percepção de que as condições gerais da economia melhoraram. Em julho, o percentual caiu para 27%. Em relação aos próprios negócios, 32% dos empresários viram melhora, enquanto para 31% o desempenho piorou.
O principal motivo foi a queda nas vendas, citado por 71% dos empresários pessimistas. Outros 31% disseram que houve aumento no preço de insumos e das matérias-primas e 19% apontam as dificuldades da concorrência no mercado em que atuam.
Dentre os que viram melhora nos negócios, 66% citaram o aumento das vendas e 26% a melhora na gestão interna.
Diminuiu de 56% em janeiro para 44% em julho o percentual de micro e pequenos empresários que garantem ter tido um desempenho positivo nas vendas. Mesmo assim, 63% projetam uma melhora para os próximos seis meses.
Metodologia
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100.