Finanças Pessoais

CNDL/SPC Brasil: 4 em cada 10 usuários do cheque especial recorrem ao saldo extra todos os meses

11 set 2019, 16:06 - atualizado em 11 set 2019, 16:06
“É um erro incorporar o limite do cheque especial como parte da renda”, diz educador financeiro do SPC Brasil (Imagem: Pixabay)

Uma parcela considerável dos usuários de cheque especial acaba recorrendo ao saldo extra todos os meses, de acordo com a nova pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Dos 40% que dizem utilizar o recurso com frequência, 48% pertencem às classes C, D e E.

Segundo José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, o cheque especial só deve ser utilizado em ocasiões emergenciais e durante períodos curtos, justamente por apresentar juros elevados.

“É um erro incorporar o limite do cheque especial como parte da renda”, diz o especialista. “Essa ilusão pode levar o consumidor a gastar mais do que o orçamento permite e ver sua dívida se transformar em uma bola de neve muito difícil de ser paga”.

Motivações

Os imprevistos com doenças ou compra de medicamentos, juntamente com o descontrole no pagamento das contas, representam a principal motivação de quem recorre ao limite extra, com 25% cada. Outros 23% acabam recorrendo ao saldo por estar com pagamentos de contas a vencer, enquanto 18% precisam realizar a manutenção do automóvel ou da moto.

Solicitação de crédito

A pesquisa também revelou que apenas 24% das pessoas que usaram o cheque especial no último ano solicitaram o crédito espontaneamente. 68% receberam o limite de forma automática ou a partir de uma oferta, sem a solicitação direta do banco.

Apenas 33% buscaram outras alternativas de crédito para conseguir o dinheiro que precisava antes de recorrer ao limite fornecido pela instituição.

Falta de análise

Quase 40% dos entrevistados afirmam não ter analisado as tarifas e os juros porque precisavam do valor, independentemente dos custos (25%). Aqueles que não perceberam que entraram no cheque especial formam 7%. Há ainda 43% que dizem desconhecer o valor dos juros e taxas que os bancos cobram. 34% ficaram com o “nome sujo” por não honrar com o pagamento.

“O consumidor tem de ter clareza de que o dinheiro incorporado ao seu saldo bancário não é seu. Se usar, terá de devolver, e pagando juros altíssimos, afinal, se trata de um tipo de empréstimo”, alerta Vignoli.

Instituições

Os bancos tradicionais continuam respondendo pela maior parcela de empréstimos realizados (60%). As fintechs e os bancos digitais, no entanto, já têm participação relevante. Do total, 17% optam pelo cartão de crédito, 13% as financeiras, 11% os bancos digitais e 8% as fintechs de crédito.

Metodologia

A pesquisa ouviu primeiramente 805 consumidores. Desses, continuaram a ser entrevistados somente aqueles que disseram ter utilizado cheque especial ou empréstimo.

A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para uma margem de confiança de 95%.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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