Finanças Pessoais

CNDL e SPC Brasil: Quase 20% dos brasileiros têm crédito negado em abril

26 jun 2019, 13:24 - atualizado em 26 jun 2019, 13:24
O financiamento é a modalidade mais difícil de ser aprovada, tendo apresentado 60% das respostas (Imagem: Pixabay)

Em abril, 17% dos consumidores brasileiros tiveram crédito negado no momento de fazer uma compra a prazo. Segundo o Indicador de Uso do Crédito, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), os motivos vão desde a inclusão do nome em cadastros de inadimplentes (27%) até a falta de comprovação de renda (20%).

Ainda houve, dentre as pessoas entrevistadas, quem não tinha renda suficiente (17%) ou estava com limite de crédito excedido (14%).

Dificuldade de aprovação

O financiamento é a modalidade mais difícil de ser aprovada, tendo apresentado 60% das respostas. Apenas 11% dos entrevistados acham o processo fácil.

Contratar um empréstimo é complicado para 54%, enquanto 42% veem dificuldade em obter cartão de crédito. As compras no crediário são difíceis de ser contratadas para 39%.

Para Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil, os modelos atuais de análise e concessão de crédito são muito limitados, o que dá um peso maior nos apontamentos de inadimplência.

“As políticas de análise de crédito são baseadas apenas nas informações de negativação”, complementa o executivo.

Ainda de acordo com Junior, o uso do Cadastro Positivo neste ano provavelmente facilitará o processo.

“Os credores poderão visualizar não apenas as contas que os consumidores têm em atraso, mas também aquelas que estão sendo pagas em dia. Isso significa que aquela parcela da população de renda mais baixa, que normalmente possui poucas garantias para fornecer em operações de crédito ou possuem registros pontuais de inadimplência, também poderá mostrar que é boa pagadora e ter mais acesso ao mercado de crédito”.

Modalidades mais usadas

Dentre os 48% dos brasileiros que usaram alguma modalidade de crédito em abril, o cartão de crédito e o crediário tiveram mais frequência nas respostas – 42% e 13%, respectivamente. O cheque especial, os empréstimos e os financiamentos foram usados por 9%, 7% e 3%.

Cartão de crédito

21% dos usuários de cartão de crédito não conseguiram pagar por completo a fatura no mês passado e entraram no rotativo. Os que completaram o pagamento formam 77%.

O valor médio da fatura em abril foi de R$ 763,84.

O uso do cartão serviu para compras de supermercado (72%) e aquisição de remédios (47%). Compras de combustíveis, vestuário e idas em bares e restaurantes apareceram em, respectivamente, 43%, 36% e 33% das respostas.

José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, faz um alerta sobre usar o crédito como um complemento da renda: “A falta de disciplina no controle do orçamento acaba provocando uma desorganização tamanha que, em muitos casos, o consumidor precisa recorrer a renegociações que levam muitos meses para quitar, comprometendo parte do orçamento por um bom tempo”, diz.

Juros

Para 41% dos brasileiros, os juros finais ao consumidor estão mais altos nos últimos três meses. 27% disseram que a taxa parece estável, enquanto somente 2% notaram diminuição.

cartões SIM
Para 41% dos brasileiros, os juros finais ao consumidor estão mais altos nos últimos três meses (Imagem: Pixabay)

Boa parte dos consumidores estão vivenciando aperto com suas finanças (72%), enquanto 18% dizem estar em condições confortáveis. Dentre os que estão no vermelho, 32% não conseguem pagar todas as contas com o que recebem e 40% conseguem quitar tudo, mas terminam sem sobras no fim do mês.

Pouco mais da metade dos entrevistados (51%) disseram ter intenção de cortar gastos no mês seguinte por conta dos preços elevados (41%). Uma parcela menor, composta por 5%, espera desembolsar mais.

Metodologia

A amostra ouviu 800 pessoas com idade superior ou igual a 18 anos e abrangeu 12 capitais de cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém.

A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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