CNC defende maior limite de crédito a cooperativas em linha de custeio do Funcafé
O Conselho Nacional do Café (CNC) quer um aumento no limite de crédito para cooperativas de produção, utilizando a linha de custeio do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
Medida nesse sentido foi defendida nesta semana durante reunião do Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que discutiu o orçamento e a distribuição dos recursos do Funcafé para a safra 2022/2023.
O limite aprovado foi de R$ 30 milhões, mas o CNC sugere R$ 50 milhões.
Segundo o CNC, o argumento utilizado foi o aumento significativo dos custos, que chegaram a triplicar, o que tem provocado forte impacto no valor da produção.
“Outra questão importante é que os preços na safra 2021/2022 estiveram em torno de R$ 1.500,00 por saca, assim, o carrego dos estoques exigirá um capital muito maior que os R$ 50 milhões aprovados. No entanto, a proposta do comitê técnico será analisada no CDPC, a quem compete a sua aprovação”, diz o CNC.
O conselho defende que essa alteração é importante porque as cooperativas são fundamentais para que os recursos do Funcafé cheguem ao pequeno produtor, já que ele tem menos facilidade de crédito nas instituições financeiras.
A proposta será analisada pelo CDPC em reunião prevista para as próximas semanas. Caso seja aprovada, será encaminhada para o Conselho Monetário Nacional (CMN), que após análise e aprovação, publicará a resolução.
“Estamos falando da atuação social do Funcafé. Os pequenos produtores não têm os mesmos limites de crédito dos grandes cafeicultores em financiamentos convencionais. Por isso, as cooperativas são as grandes parceiras dos mais de 78% dos produtores familiares”, explicou na nota o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
O orçamento do Funcafé será recorde em 2022/23, atingindo um valor global de R$ 6,059 bilhões.