CNBB condena discursos radicais e pede respeito à democracia
A quatro dias do segundo turno das eleições no país, o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defendeu hoje (24) que a democracia seja respeitada e valores, como justiça e paz social sejam preservados. Citando o clima de violência, o órgão fez um apelo ao bom senso.
“Exortamos a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira”, diz comunicado divulgado pela CNBB.
Para a organização, é fundamental que cada um se policie para evitar o acirramento de ânimos. “Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada. Revistamo-nos, portanto, do amor e da reconciliação, e trilhemos o caminho da paz.”
Os bispos se reuniram ontem e hoje em Brasília, na sede da CNBB. No encontro, reiteraram a disposição do diálogo e de colaboração: “A CNBB reafirma seu compromisso, sobretudo através do diálogo, de colaborar na busca do bem comum com as instituições sociais e aqueles que, respaldados pelo voto popular, forem eleitos para governar o país.”
+ Bolsonaro diz que políticas afirmativas reforçam “coitadismo” no país
+ Haddad diz que Bolsonaro não tem coragem de enfrentá-lo
No comunicado, os bispos ressaltam a importância das eleições. “Eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social.”
Os bispos destacam ainda que cabe ao eleitor decidir em quem votar e aos líderes religiosos seguir o que prega o Evangelho. “Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum, da dignidade da pessoa humana, do combate à sonegação e à corrupção, do respeito às instituições do Estado democrático de direito e da observância da Constituição Federal”, diz a nota.
O comunicado acrescenta ainda que não é possível se calar diante de injustiça: “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”.