CNA: liberar garimpo em terra indígena “é desnecessário” e vai respingar também na imagem do agro
O Brasil está perdendo a guerra de informação mundial contra a opinião pública, entidades, imprensa e governos que criticam o agronegócio brasileiro e a falta de compromisso com a sustentabilidade que o setor teria, mas há correntes no governo e na sociedade que criam “desvios de narrativas, que respingam no setor, e mais atrapalham que ajudam”, afirmou Roberto Brant, presidente do Instituo CNA, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária.
Ele se referia, em evento da Associação Brasileira do Agronegócio, diretamente aos estudos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro de liberação do garimpo em terra indígenas.
Na sua visão, é hora de haver uma defesa “ferrenha contra possível desmatamento da Amazônia e não dar munição para os críticos”, disse ele, acentuando que naquele bioma já há moratória de abertura de áreas produtivas e agora “podem querer discutir mais fortemente a moratória do Cerrado”.
Além do desmatamento, se discute muito internacionalmente a liberação acelerada de registros de agrotóxicos pelo governo, liberando novas moléculas que já não estariam em uso em outros mercados produtores.
Para Brant, a força formadora de opinião da Europa, onde hoje se concentra a maior parte dos críticos, inclusive com campanhas ensaiadas de boicote a produtos nacionais, não deve ser desprezada.
“Mesmo na Ásia, demandando muitos nosso produtos, a opinião pública é suscetível aos apelos da Europa”, complementa o presidente do instituto da CNA dedicado ao estudos e projetos estruturantes para o agronegócio.