CMIG4, AURE3 e SAPR4: Dividendos vão secar? JPMorgan elenca motivos para vender ações; papéis caem

O JPMogan revisitou o setor elétrico e de saneamento e fez mudanças importantes. A notícia ruim vai para Cemig (CMIG4) e Auren (AURE3), que sofreram corte duplo, passando de compra para venda, além da Sanepar (SAPR4), que passou de neutra para venda.
Na bolsa, os papéis sentiram. Por volta das 14h, AURE3, que já não vive um grande ano, caia 3,11%, enquanto CMIG4 chegou a cair quase 4%. Sanepar tinha queda mais limitada, de 1%.
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Mê de motivos
Entre os pontos que o JP elenca no caso da Cemig é que a empresa, que foi um destaque de dividendos no ano passado, pode ter redução no pagamento. Em 2024, a elétrica mineira depositou 113% mais, a R$ 1,92 por ação.
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“Estimamos rendimentos em declínio após os rendimentos de dois dígitos e o forte desempenho das ações (alta de 52,4% em 2024)”.
Nos cálculos dos analistas, a Cemig pode ver o seu retorno quase cair pela metade, passando de 10% em 2025 para 6,5%.
“Vemos a gestão de passivos como um risco de alta para os rendimentos, mas não o suficiente para justificar uma visão mais otimista”.
Além disso, o JP diz que mudanças recentes no cenário político de MG levantam preocupações sobre a coordenação política necessária para a privatização da Cemig, que seria gatilho para ação subir.
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No ano passado, o governo de Romeu Zema (Novo) encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei para privatizar a Cemig, transformando-a em uma “corporation”, sem controlador definido, nos moldes das desestatizações das elétricas Eletrobras e Copel.
Sanepar: Dividendos ficam pelo caminho
Para os analistas, não que a Sanepar seja cara. Porém, faltam motivos para que ação possa deslanchar. Entre os pontos que o JP cita, estão:
- os números preliminares da revisão tarifária vieram um pouco abaixo das expectativas;
- ceticismo em relação à privatização;
- não se espera que a Sanepar seja uma pagadora de altos dividendos.
Uma disputa tributária de R$ 4 bilhões até poderia ser gatilho para o papel. No entanto, não espere que esse dinheiro vá para o bolso do acionista.
Auren: mais um motivo para não comprar?
No ano, a Auren cai 9,3%. Desde que estreou na bolsa, em 2022, o tombo soma mais de 50%. Segundo os analistas, a queda reflete as preocupações dos investidores sobre:
- a alavancagem, que deve permanecer em cerca de 3,5x;
- desempenho abaixo do esperado dos ativos renováveis
- aumento nas taxas de juros, já que as taxas nominais do Brasil foram reprecificadas em cerca de 400 pontos-base desde a aquisição da AES Brasil;
“Admitimos que o recente desempenho abaixo do esperado parece deixar espaço limitado para muita queda em relação ao preço atual das ações. No entanto, achamos que o AURE parece um carry pouco atraente para os próximos 12 meses”, diz.
Para o JP, três pontos poderiam fazer ação disparar. São eles:
- melhor produção de geração;
- ganhos de eficiência maiores do que o esperado e;
- preços de energia mais altos.