AgroTimes

Cluster da bioenergia de SP segue exportando, mas já perdeu no mínimo 10 usinas completas no exterior

30 abr 2021, 12:14 - atualizado em 30 abr 2021, 17:15
Parque Tecnológico de Piracicaba abriga a infraestrutura física do Apla

A pandemia e as restrições de viagens abortaram pelo menos seis missões internacionais das empresas agregadas no Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla), mas os negócios efetivados com vários países não pararam. Em 2020, foram próximos de meio bilhão de dólares em produtos e serviços.

A receita em exportações informada pelas empresas desse cluster da sucroenergia paulista foi pouca coisa menor que em 2019, mas teria sido pior se não elas não tivessem a visibilidade e credibilidade conquistadas em contratos realizados em dezenas de missões anteriores.

Já no primeiro trimestre de 2021, 46 das 96 companhias do Apla – formada por grandes, médias e pequenas -, conquistaram juntas no exterior US$ 109 milhões. Em 2019 eram 108 empresas.

As informações de Flávio Castellari, diretor-executivo do Arranjo, com sede física no Parque Tecnológico de Piracicaba, mostram, contudo, que o Brasil poderia ter ganho muito mais nesses anos todos que ficaram para trás.

Desde quando o Apla foi formado, lá pelos idos de 2009, unindo o setor privado e com apoio e subvenções municipais (prefeitura de Piracicaba), governo paulista e federal (através da Apex-Brasil/Mdic), as oportunidades de negócios levantadas no exterior davam conta da possibilidade de construção de ao menos 10 usinas greenfields completas.

Por obra de pouca experiência internacional exportadora, apesar do tamanho e importância da cadeia da cana no Brasil e no mundo, e do custo brasileiro nos preços de equipamentos de bens de capital, indianos e chineses levaram esses projetos.

Do último, na Nigéria, construído pelos concorrentes da Índia, a uma usina na Bolívia, montada pela China, Castellari alinha oportunidades perdidas na Colômbia, Peru e em outros lugares.

“Eram negócios informados pelos contratantes de US$ 6 bilhões iniciais, mas que gerariam muito mais”, diz o diretor-executivo do Apla, que não tem poder de interferir nas questões comerciais das empresas listadas no Arranjo.

De todo modo, 130 países estão na lista de contratos já realizados ou em andamento com fornecedores brasileiros, que vão de uma Dedini ou WEG (WEGE3) até startups, que podem, por exemplo, se beneficiar da estrutura física do Apla, como laboratórios, do parque tecnológico piracicabano.

Mais recentemente, o Apla foi reconhecido pelo governo paulista como um dos quatro “maduros”, que se traduz por elevado de produtividade em prol da cadeia sucroenergética, e que proporcionará novos apoios no âmbito da nova chamada pública no Programa de Fomento aos APLs Paulista.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar