Clima para soja e milho melhora na Argentina, mas fevereiro seco pode afetar rendimentos
O registro de chuvas na Argentina fez com que as perspectivas para as recém-plantadas safras de soja e milho do país melhorassem, mas os temores com possíveis perdas de rendimento persistem antes da chegada de fevereiro, que costuma ser um dos meses mais secos do ano, disseram analistas nesta terça-feira.
O país sul-americano é o maior exportador de farelo de soja do mundo, além de terceiro maior fornecedor de milho.
Na próxima semana, até 75 milímetros de chuva devem atingir a maioria das regiões agrícolas do país, segundo previsões, enquanto a perspectiva para o período de fevereiro a março favorece chuvas perto da normalidade e temperaturas mais amenas.
“Acho que o pior já passou. Eu diria que a partir deste ponto há mais vantagens do que desvantagens, embora não muito”, disse Dong Soon Choi, analista agrícola da Refinitiv.
“Mas ainda há muitos fatores de risco que desempenharão um papel importante nas próximas semanas. As densidades de vegetação obtidas por imagens de satélite seguem abaixo dos níveis históricos em quase todas as principais regiões produtoras, apesar das melhorias recentes”, acrescentou.
Grandes áreas dos Pampas argentinos continuam precisando de água e, se as chuvas não atenderem às expectativas, os especialistas alertam que o potencial de produção será prejudicado.
A Refinitiv prevê safras de 45,4 milhões de toneladas de milho e 48,2 milhões de toneladas de soja nesta temporada.
A colheita do milho na Argentina começa em abril e termina em julho, enquanto a colheita de soja vai de março a maio.
Francisco Santillan, agricultor na província de Buenos Aires, disse que a seca causou uma redução média de 10% a 15% no potencial produtivo do milho e soja no país. “Pode piorar se fevereiro for mais seco do que o esperado”, afirmou.