Clima, EUA e preços: Os 3 pontos de atenção para o milho em outubro
O plantio da safra 2023/2024 de milho no Brasil avança a todo o vapor.
Até o momento, já foram cultivados 22,6% do total previsto para o ciclo, em linha com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Entre os estados com os trabalhos mais avançados, estão Paraná (71%), Santa Catarina (58%) e Rio Grande do Sul (55%).
Paulo Molinari, consultor sênior de milho na Safras & Mercado, ressalta três pontos de atenção para o cereal no mês de outubro: preocupações com o clima no Centro-Oeste, avanço da colheita nos EUA e tendência de queda para os preços na CBOT.
Clima preocupa
Molinari ressalta que o plantio do milho verão foi realizado em ótimas condições no Sul do Brasil e agora avança de maneira no Sudeste, importante região produtora.
“A preocupação fica, especialmente para novembro, pelo ritmo de plantio da soja no Centro-Oeste devido ao período de plantio da safrinha que ocorre entre fevereiro e março. Neste momento, temos um atraso nos trabalhos na região pelo volume de chuvas”, diz.
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Por outro lado, em termos de comercialização, o consultor explica que as vendas dos produtores avançaram bem em setembro, com exportações recordes que devem se repetir em novembro.
“Com o fim da colheita do milho safrinha, o milho alocado nos armazéns o produtor tem mais espaço para alguma condição de retenção. Os preços melhoraram levemente e agora dependem da decisão do produtor para venda neste final e da continuidade do ritmo de exportações”, analisa.
Safra dos EUA e preços na CBOT
Outro ponto de atenção para Molinari fica por conta do avanço da colheita norte-americana que atinge o seu auge, com os trabalhos em 23%, um pouco acima da média dos últimos 5 anos.
“São mais de 380 milhões de toneladas chegando ao mercado local nos próximos 30 dias, dessa maneira, não acreditamos que os preços se sustentarão nestes níveis acima de US$ 4,70/bushel neste auge de colheita, mesmo porque, as exportações dos EUA não são boas, tendo em vista a forte exportação brasileira no segundo semestre de 2023”, discorre.
Com isso, Molinari projeta a perda do suporte em US$ 4,70 para a CBOT com vencimento para dezembro, mas ressalta que qualquer surpresa altista no trigo poderia dar algum suporte ao milho.
Por volta de 10h14 desta quinta-feira (5), o contrato futuro do milho para dezembro de 2023 operava com queda de 0,35%, aos US$ 4,84.