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Clientela institucional da BlackRock migra para capital privado

24 out 2019, 18:03 - atualizado em 24 out 2019, 18:04
BlackRock
A BlackRock tenta expandir suas ofertas para além dos produtos indexados, que ainda representam cerca de dois terços dos ativos sob gestão (Imagem: REUTERS/Toru Hanai)

Quase metade dos clientes institucionais da BlackRock planeja aumentar a alocação em classes de ativos de capital fechado, informou Mark Wiseman, responsável global por renda variável ativa.

“Isso é profundo”, disse Wiseman na quinta-feira durante a conferência de investidores C4K, em Toronto. “Nunca vimos números como estes.” A instituição fez uma pesquisa junto a esses clientes, que representam US$ 9 trilhões em ativos.

Com o aumento da eficiência nos mercados abertos, ficou difícil obter retornos superiores. Assim, investidores institucionais buscam mercados privados para gerar alfa, explicou ele.

A BlackRock tenta expandir suas ofertas para além dos produtos indexados, que ainda representam cerca de dois terços dos ativos sob gestão. A firma sediada em York, que supervisiona US$ 6,9 trilhões, vem tentando entrar no segmento de investimentos alternativos, que incluem private equity, fundos de hedge, commodities e imóveis.

No ano passado, a maior gestora de ativos do mundo revelou esforços para levantar até US$ 12 bilhões para um veículo do tipo private equity chamado Long Term Private Capital, que compra participações em empresas de capital fechado. A operação havia captado US$ 2,75 bilhões até abril e assinou o primeiro acordo em agosto, apoiando uma empresa que gerencia marcas como Sports Illustrated, Marilyn Monroe e Juicy Couture.

A BlackRock enfrentou desafios para captar recursos para o fundo, admitiu Wiseman durante a conferência Bloomberg Invest, em junho. Ele preside a divisão de negócios alternativos, que administrava US$ 167 bilhões em 30 de setembro.

Antes de ingressar na BlackRock em 2016, Wiseman comandava o Comitê de Investimentos do Plano Previdenciário do Canadá. Ele é apontado como um dos sete candidatos à sucessão do CEO Larry Fink, que completa 67 anos em novembro.

Wiseman acredita que o futuro da indústria de gestão de ativos está em big data. A divisão de renda variável da BlackRock faz aquisições de 400 a 500 conjuntos de dados exclusivos de uma vez e triplicou o orçamento para dados nos últimos dois anos, acrescentou ele. A firma usa fontes de dados alternativos para prever vendas, tráfego de clientes, estoques e outras métricas.

“Hoje na BlackRock temos melhores informações sobre a maioria das empresas do que as equipes dos diretores financeiros delas”, disse Wiseman. “Quem espera o relatório trimestral ou anual de uma empresa para fazer um investimento está morto”, acrescentou. Essas informações são “precificadas pelo mercado antes que dê tempo de abrir o arquivo PDF e muito menos de imprimir o relatório”.