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Citigroup trilhou longo caminho até indicar primeira mulher CEO

21 set 2020, 13:08 - atualizado em 21 set 2020, 13:08
Citi
A equipe de gestão executiva também é composta por mulheres que supervisionam funções, como conformidade e assuntos regulatórios (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

No caminho do Citigroup para indicar a primeira CEO de Wall Street, o banco teve que enfrentar algumas verdades difíceis.

Para começar, o banco que Jane Fraser assume em fevereiro paga às mulheres apenas 73 centavos para cada US$ 1 que os homens recebem, uma diferença ainda maior do que a média nacional. E menos de 40% dos gerentes do Citigroup são mulheres.

Esses números mostram que a ascensão histórica de Fraser está longe de ser a pedra angular. Mas o banco levou anos até chegar a esse ponto, e a disposição de enfrentar publicamente suas deficiências ajudou a instituição a superar rivais em muitas medidas importantes de avanço no lento caminho de Wall Street para a igualdade de gênero.

“Essas coisas não acontecem de maneira simples”, disse Jeanne Branthover, sócia-gerente da prática de serviços financeiros globais na empresa de recrutamento DHR International. “Eles se certificaram de que estavam identificando pessoas para subir a escada que não fossem apenas homens.”

Fraser, de 53 anos, dá um sinal do avanço e expectativa de mais. Quando assumir o comando, o conselho de 16 membros do banco será metade feminino, muito longe das três mulheres que faziam parte do conselho durante a última sucessão para diretor-presidente, há oito anos.

A equipe de gestão executiva também é composta por mulheres que supervisionam funções, como conformidade e assuntos regulatórios – áreas críticas enquanto o banco se prepara para maior escrutínio regulatório de sua infraestrutura e controles nos próximos meses.

Sara Wechter era a única subordinada direta do diretor-presidente Michael Corbat quando ele alcançou o posto mais alto, há oito anos. Agora responsável por recursos humanos do Citigroup, Wechter credita a Corbat os avanços na representação feminina. Mas disse que há mais a fazer.

“Precisamos que todos os milhares de gerentes sejam tão dedicados quanto a equipe de gestão executiva”, disse Wechter em entrevista. “Isso tem sido algo em que temos trabalhado ano após ano.”

A campanha do Citigroup por maior igualdade de gênero recebeu uma nova centelha após cinco anos de mandato de Corbat: ele e o então presidente do conselho, Mike O’Neill, apareceram na reunião anual da empresa de 2017 argumentando contra uma proposta de acionistas apresentada pela Arjuna Capital, que exigiria que o banco publicasse um relatório sobre suas políticas e planos para reduzir a desigualdade salarial de gênero.

Em um vai e vem com vários acionistas, Corbat e O’Neill acabaram apoiando a ideia de reduzir as desigualdades salariais, mas argumentaram que divulgar os dados não ajudaria. Após a reunião, Corbat e outros membros do conselho acreditaram que suas respostas foram insuficientes e decidiram que queriam tornar o Citigroup líder nessa questão.

“O Citigroup usou seu trabalho sobre igualdade de gênero como um emblema de honra de uma forma diferente, mais autêntica, do que outros bancos”, disse Natasha Lamb, sócia-gerente da Arjuna, que há muito tempo faz pressão para que bancos divulguem mais informações sobre desigualdade salarial de gênero.

Um ano depois, o banco anunciou que buscaria aumentar o número de mulheres gerentes em funções de vice-presidente assistente a diretoras-gerentes em três anos para 40% contra 37% na época.

Para algumas funções, a empresa espera ir mais longe. O banco busca aumentar para 50% a representação feminina em seus programas de analistas e associados. Em 2019, 45% dos analistas em tempo integral e associados do banco eram mulheres em relação a 35% um ano antes.

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