Economia

Citi vê processo “mais longo” de alta de juros com riscos à inflação de 2022

25 maio 2021, 16:19 - atualizado em 25 maio 2021, 16:19
Idosos na região central de Brasília.
O novo cronograma inclui uma alta de 0,75 ponto percentual da Selic em junho (Imagem: Agência Brasil/Marcelo Camargo)

O Citi elevou seus prognósticos para a taxa de juros nesta terça-feira, vendo um processo “mais longo” de normalização monetária conforme a expectativa de maior crescimento econômico também gera inflação mais alta.

O cenário agora é que o Banco Central pause o atual ciclo de alta de juros com a Selic em 5,75% –antes, a previsão era que a interrupção ocorresse com os juros em 5,00%.

O novo cronograma inclui uma alta de 0,75 ponto percentual da Selic em junho seguido por três elevações de 0,50 ponto nas reuniões seguintes do Copom.

“A atividade econômica mais resiliente, a pressão constante dos preços das commodities e os riscos crescentes de o alto nível da inflação de 2021 contaminar a dinâmica de preços de 2022” explicam a visão de uma Selic mais alta, disseram em relatório Leonardo Porto, Paulo Lopes e Thais Ortega.

Os profissionais revisaram ainda os números para o desempenho do PIB e a inflação.

De acordo com eles, os impactos econômicos da segunda onda de Covid-19 têm sido “muito mais suaves” do que o esperado, e os dados melhores referentes ao primeiro trimestre justificaram o aumento da projeção do crescimento econômico em 2021 de 3,0% para 3,6%.

Hospital de campanha para o tratamento da Covid-19
De acordo com eles, os impactos econômicos da segunda onda de Covid-19 têm sido “muito mais suaves” do que o esperado (Imagem: Reuters/ Amanda Perobelli)

 

Para o período entre janeiro e março, a estimativa é que tenha havido expansão de 0,2% na margem, ante prognóstico anterior de contração de 0,4%.

No segundo trimestre, o PIB deverá retrair 0,5%, queda considerada “transitória” pelos especialistas do Citi.

O banco elevou a projeção para o PIB de 2021, mas cortou a estimativa para 2022 –de 2,0% para 1,8%–, citando um hiato do produto menos negativo e menor estímulo monetário.

Mesmo com a economia em ritmo mais lento e juros maiores em 2022, ainda há riscos de alta para a inflação no ano que vem, avaliaram os profissionais, que por ora mantêm cálculo de que o IPCA subirá 3,5% no próximo ano –exatamente a meta de inflação.

“Olhando para o futuro, a principal preocupação é se a impressão de inflação mais alta em 2021 vai alimentar previsões de preços para 2022”, disseram. Os riscos à inflação em 2022 incluem inércia e persistência adicional de pressões de energia e do atacado.

Para 2021, o Citi ajustou a estimativa para o IPCA de 4,9% para 5,3%, ligeiramente acima do teto da banda de tolerância da meta de inflação –de 5,25%. O banco espera mais pressão dos preços das commodities e da eletricidade, com os reservatórios de água em níveis preocupantes.

O pico da inflação anual ocorrerá no próximo mês, com alta de 8,1%. “Vale ressaltar que as medidas de núcleo também estão subindo (atualmente em 3,7% em média), desafiando a interpretação do BCB de que a recente alta da inflação é temporária.”

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar