Economia

Citi sobe projeção para alta do IPCA em 2022 a 7,6% com pressão global agravando cenário já desafiador

06 abr 2022, 11:46 - atualizado em 06 abr 2022, 11:46
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Em cenário anterior, o Citi esperava que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiria 6,7% em 2022 (Imagem: REUTERS/Reinhard Krause)

O Citi ajustou para cima sua projeção de alta do IPCA neste ano, a 7,6%, citando piora na qualidade da inflação e ímpeto cada vez maior da inércia de preços, o que também levou a aumento da estimativa para 2023.

Em cenário anterior, o Citi esperava que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiria 6,7% em 2022. “Os desdobramentos globais, como o conflito na Europa e o aumento das restrições relacionadas à Covid-19 na Ásia, continuam adicionando pressões ao ambiente de inflação doméstico já complicado”, disse o banco em relatório nesta quarta-feira.

Sob os novos prognósticos, o Citi projeta o pico da inflação em abril, quando o IPCA deve avançar 11,7% em 12 meses.

“A qualidade da inflação está se deteriorando continuamente, com os preços inerciais ganhando força”, o que justificou revisão de sua projeção para a alta do índice no ano que vem a 3,9%, acima do centro da meta para o período pela primeira vez.

Os objetivos oficiais de inflação para 2022 e 2023 são de 3,5% e 3,25%, respectivamente, e têm margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O Citi avaliou que, mesmo com a valorização recente do real, que acompanhou uma disparada nos preços das commodities, o efeito líquido dos custos mais altos de produtos energéticos e agrícolas como consequência da guerra na Ucrânia se mostra majoritariamente inflacionário para o Brasil. O dólar acumula no ano queda de 16% contra o real, que é lider global de desempenho em 2022.

Apesar da percepção de uma inflação mais desafiadora do que o estimado anteriormente, o banco norte-americano manteve expectativa anterior de que a taxa Selic chegará a 13,25% ao fim do ciclo de aperto monetário atual.

O relatório do Citi chamou a atenção para o fato de o Banco Central ter mostrado intenção de estacionar os juros em 12,75% em maio “apesar do processo de desancoragem das expectativas de inflação”.