Citi segue vendo dólar de R$ 5,32 em 2021, mas eleva estimativa para inflação a 6,4%
O Citi manteve estimativa de que o dólar terminará este ano em 5,32 reais, com normalização da política monetária norte-americana e alta da moeda no mundo, e passou a ver inflação ao consumidor no Brasil de 6,4% em 2021, puxada pelos preços da energia.
Antes, o banco esperava IPCA de 6,1%. Os economistas do Citi, liderados por Leonardo Porto, explicaram que a mudança de projeção decorreu da expectativa de que a Aneel mantenha a bandeira vermelha patamar 2 até o fim do ano, uma vez que a situação dos reservatórios hídricos continua a se deteriorar.
Para 2022, o banco norte-americano manteve prognóstico de 3,5%, mas fez ressalvas.
“Para 2022, embora esperemos que a inflação proveniente tanto de energia quanto de bens comercializáveis diminua (deflação no caso do primeiro), a inflação proveniente de bens não comercializáveis está aumentando mais rapidamente do que o esperado anteriormente, uma vez que a economia está reabrindo de forma mais consistente e o hiato do produto está fechando. Os riscos estão inclinados para cima”, disse o banco em relatório.
Com a estabilidade na projeção do IPCA para 2022, o Citi manteve a previsão para Selic: de 6,75% para o fim tanto de 2021 quanto de 2022. Ainda assim, o banco ponderou que os riscos são de uma taxa mais elevada.
“Vale ressaltar que uma inflação mais alta em 2022 exigiria uma taxa de juros mais alta para levar a política monetária à neutralidade (taxa de juros real em torno de 3,00%)”, disseram os economistas no texto.
Para a economia, os profissionais seguem vendo expansão de 5,1% em 2021 e de 1,8% em 2022 –a previsão de 2022 é afetada por políticas monetária e fiscal mais apertadas.
O segundo trimestre deve ter sido de variação quase nula do PIB, enquanto o terceiro trimestre deve mostrar aumento de 0,2% sobre o segundo. O PIB deve avançar 0,3% nos últimos três meses de 2021.
Enquanto isso, o dólar deve fechar o ano acima dos atuais 5,20 reais. Além da política monetária dos EUA e da força da moeda no mundo, mais ruídos fiscais no Brasil devem afetar negativamente a taxa de câmbio.
De toda forma, os preços mais altos das commodities devem garantir um robusto superávit comercial de 63 bilhões de dólares em 2021, que por sua vez deve apoiar o primeiro saldo positivo nas transações correntes desde 2006 (de 11 bilhões de dólares, ou 0,7% do PIB).