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Hypera (HYPE3): Citi vê alto risco, muda recomendação e corta preço-alvo

21 jan 2025, 16:46 - atualizado em 21 jan 2025, 18:28
Hypera
O banco que já tinha recomendação neutra, acrescentou a indicação alto risco para Hypera devido ao alto endividamento da companhia (Imagem: Divulgação)

Ainda com as revisões de estimativas sobre as companhias no início do ano, o Citi mudou a recomendação da Hypera (HYPE3) para neutro/alto risco, considerando o “alto endividamento da empresa e o atual estágio de recuperação”. 

O banco também cortou o preço-alvo de R$ 30 para R$ 22, o que representa um potencial de valorização de 19,7% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (20). 

A atualização acompanhou a redução das estimativas de lucro líquido da Hypera em 30% em 2025 e em 27% em 2026, impactadas por premissas de margem mais fracas e maiores despesas financeiras. 

Os analistas do Citi afirmam que uma combinação de ‘ventos contrários’ na margem — como descontos genéricos, depreciação cambial — e altas taxas de juros também representa risco de queda das estimativas de consenso. 

“Continuamos incertos sobre a ‘participação de mercado justa’ da empresa após o seu audacioso plano de ajuste de capital de giro (WC, na sigla em inglês), enquanto o crescimento contínuo de vendas abaixo da média (atrasando o crescimento da indústria desde 2023) naturalmente não ajuda”, escreveram os analistas Leandro Bastos e Renan Prata, em relatório. 

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O que esperar de Hypera no 4T24

Nas contas do Citi, as receitas líquidas da empresa farmacêutica devem apresentar uma queda de 21% no quarto trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

Já a margem de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada deve cair 10% na base anual, “empurrando o resultado final para o território negativo”. 

Por outro lado, as vendas devem continuar a acelerar para cerca de 9,0% entre setembro e dezembro de 2024, “embora ainda fiquem atrás do crescimento da indústria por mais um trimestre”, dizem os analistas. 

O ajuste no capital de giro no curto prazo pode “abrir caminho” para uma recuperação “mais visível” no segundo semestre de 2025. 

Para o Citi, as ações HYPE3 não parecem “suficientemente atraentes” neste momento pela falta de visibilidade no curto prazo. 

Os analistas consideram que os papéis podem ser atraentes para investidores dispostos a aceitar “alguma dor” no lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) de curto prazo para uma recuperação mais visível do segundo semestre deste ano em diante.

Nesta terça-feira (21), os papéis da farmacêutica operaram em queda na bolsa brasileira, mas ganharam fôlego na reta final do pregão. HYPE3 subiu 0,33%, a R$ 18,30. No mês, a companhia avança quase 2%.



Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.