Hypera (HYPE3): Citi vê alto risco, muda recomendação e corta preço-alvo
Ainda com as revisões de estimativas sobre as companhias no início do ano, o Citi mudou a recomendação da Hypera (HYPE3) para neutro/alto risco, considerando o “alto endividamento da empresa e o atual estágio de recuperação”.
O banco também cortou o preço-alvo de R$ 30 para R$ 22, o que representa um potencial de valorização de 19,7% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (20).
A atualização acompanhou a redução das estimativas de lucro líquido da Hypera em 30% em 2025 e em 27% em 2026, impactadas por premissas de margem mais fracas e maiores despesas financeiras.
Os analistas do Citi afirmam que uma combinação de ‘ventos contrários’ na margem — como descontos genéricos, depreciação cambial — e altas taxas de juros também representa risco de queda das estimativas de consenso.
“Continuamos incertos sobre a ‘participação de mercado justa’ da empresa após o seu audacioso plano de ajuste de capital de giro (WC, na sigla em inglês), enquanto o crescimento contínuo de vendas abaixo da média (atrasando o crescimento da indústria desde 2023) naturalmente não ajuda”, escreveram os analistas Leandro Bastos e Renan Prata, em relatório.
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O que esperar de Hypera no 4T24
Nas contas do Citi, as receitas líquidas da empresa farmacêutica devem apresentar uma queda de 21% no quarto trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Já a margem de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada deve cair 10% na base anual, “empurrando o resultado final para o território negativo”.
Por outro lado, as vendas devem continuar a acelerar para cerca de 9,0% entre setembro e dezembro de 2024, “embora ainda fiquem atrás do crescimento da indústria por mais um trimestre”, dizem os analistas.
O ajuste no capital de giro no curto prazo pode “abrir caminho” para uma recuperação “mais visível” no segundo semestre de 2025.
Para o Citi, as ações HYPE3 não parecem “suficientemente atraentes” neste momento pela falta de visibilidade no curto prazo.
Os analistas consideram que os papéis podem ser atraentes para investidores dispostos a aceitar “alguma dor” no lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) de curto prazo para uma recuperação mais visível do segundo semestre deste ano em diante.
Nesta terça-feira (21), os papéis da farmacêutica operaram em queda na bolsa brasileira, mas ganharam fôlego na reta final do pregão. HYPE3 subiu 0,33%, a R$ 18,30. No mês, a companhia avança quase 2%.