Câmbio

Citi estima queda do dólar ante real com percepção de melhora no exterior e na crise da Argentina

05 set 2019, 16:21 - atualizado em 05 set 2019, 16:25
Para os profissionais, o real teve reação limitada às notícias da reestruturação da dívida e da imposição de controle de capitais no vizinho latino-americano (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

Estrategistas do Citi passaram na quarta-feira a apostar na queda do dólar ante o real, com um alívio nas tensões políticas e comerciais globais e a percepção de que o pior do contágio da crise argentina já passou, conforme nota divulgada nesta quinta-feira.

Para os profissionais, o real teve reação limitada às notícias da reestruturação da dívida e da imposição de controle de capitais no vizinho latino-americano.

O Citi disse ainda que o real amarga o segundo pior desempenho em relação ao dólar dentre seus pares emergentes desde o resultado das eleições primárias de agosto na Argentina, melhor apenas que o fragilizado peso argentino.

A divisa brasileira pode ter suporte também pela expectativa de fluxos decorrentes de privatizações e venda de ativos que devem ocorrer no quarto trimestre no Brasil.

Às 15h55 (horário de Brasília), o dólar operava a 4,0958 reais na venda, uma queda de 0,23%. O alívio ocorria depois que a China e os Estados Unidos anunciaram que vão retomar negociações comerciais de alto nível no início de outubro em Washington, o que ajudou a amenizar os temores de que a guerra comercial prolongada possa desencadear uma desaceleração global.

Mas em agosto a cotação saltou 8,51%, maior alta mensal desde setembro de 2015 (9,33%). A disparada levou algumas instituições a revisar para cima as estimativas para o dólar.

Na segunda-feira, o Goldman Sachs elevou as projeções para o dólar em relação ao real ao fim de três, seis e 12 meses, devido à crise na Argentina, à desaceleração do crescimento global e a perspectivas de mais cortes de juros pelo Banco Central.

Na semana passada, o Morgan Stanley já havia aumentado as projeções para o dólar ante o real para os próximos trimestres, passando a ver a moeda norte-americana em 4,15 reais ao fim de setembro.

Pelos mesmos motivos relacionados à Argentina, às incertezas externas e à chance de cortes de juros, analistas consultados pela Reuters previram que o real deverá continuar em patamares fracos nos próximos meses.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.