Candidato pela 4ª vez, Ciro afirma que irá ‘tributar heranças progressivamente’ se for eleito
O pré-candidato à presidência do Brasil, Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (23), que “irá tributar as heranças progressivamente” se for eleito. Segundo ele, será feito um “pente fino” nessa área o que, para o pedetista, “atrai bastante antipatia”.
Ciro falou sobre a taxação de heranças durante a CEO Conference 2022, evento organizado pelo BTG Pactual (BPAC11). Quando perguntado sobre as reformas que fará no país, o pré-candidato citou, além dessa proposta, “um novo pacto entre prefeitos e governadores”.
“É preciso propor um novo pacto entre governadores e prefeitos. Vou propor que os governadores venham fazer uma grande mediação junto com os prefeitos porque isso me protege do toma-lá-dá-cá dos gabinetes corruptos de Brasília”, afirmou.
Para Ciro, “as reformas do País também precisam ir a plebiscito popular”, mas não deu mais detalhes de quais seriam as propostas. Ainda assim, o pré-candidato disse que trabalhará “somente ao redor das reformas que o Brasil precisa”.
Apesar de as pesquisas apontarem o pré-candidato como o terceiro ou quarto colocado nas eleições presidenciais, atrás de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e empatado ou atrás de Sergio Moro (Podemos), Ciro acredita em sua vitória.
Ele já foi candidato à presidência da república outras três vezes, em 1998, 2002 e, por fim, em 2018.
“Eu sou brasileiro e não desisto nunca. Essa seria a frase mais rápida para me livrar dessa indigência eleitoral. Agora é a minha vez. E não estou delirando”, afirmou.
“A naturalidade dessa eleição não é o que parece ser hoje, do antibolsonarismo. A situação socioeconômica do país vai exigir um debate sério. O povo vai pedir uma compreensão estratégica e vai identificar, e desculpa a falta de modéstia, que a única pessoa que tem um livro escrito propondo um diagnóstico da economia brasileira, que tem coragem de desagradar as esferas brasileiras, como o setor financeiro, sou eu”, afirmou.
Política econômica
Em relação à economia brasileira, o pedestista disse que “fará um equilíbrio fiscal”, usando preceitos da “contabilidade básica”, como estoque por receita e por despesa.
“Quando a gente faz uma conta, como a conta brasileira, temos que ir na receita e na despesa, e na despesa brasileira temos um valor de renúncia fiscal que deve ser feito com correspondência. Acho fácil 20% de corte”.
“A cesta básica, por exemplo, é uma coisa que no imaginário popular deveria ser imune a tributos, estou de acordo com isso, mas aí meteram queijo suíço, salmão, filé mignon e mais 36 produtos que a minha equipe identificou cuja renúncia fiscal, sem justificativa, deixa de arrecadar R$ 8 bilhões por ano”, afirmou.
O pré-candidato também afirmou que “vai acabar com a emenda da bancada, do relator” e com o Orçamento Secreto “logo no primeiro dia de seu governo”.
“Não dá para fazer a presidência da República um lugar de estagiário. Vou propor um novo modelo de governança política. Governar desse jeito, e com essa gente, é a certeza do fracasso pela história brasileira”, disse.
Em relação ao “tamanho” do Estado em seu governo, Ciro defendeu que, sem isso, países “não atingem o êxito civilizatório”.
“O que faz um êxito civilizatório são países com Estados poderosos, com capacidade de intervir, e de se associar à poupança privada, e acelerar todo o progresso da estrutura. Precisamos de uma companhia estatal que faça subsídio cruzado, que cobre mais de quem pode pagar mais, e menos de quem paga menos. Não existe infraestrutura no mundo sem participação do Estado. Mas a iniciativa privada é uma instituição muito poderosa para as civilizações”, afirmou.