Cingapura lança plano ambicioso em inteligência artificial e quer liderança até 2030
Cingapura lançou uma estratégia ambiciosa para se tornar líder global em inteligência artificial até 2030, na tentativa de criar um nicho em uma tecnologia cada vez mais politizada.
O vice-primeiro ministro Heng Swee Keat destacou cinco áreas-chave que o país insular tem como alvo para aplicações de inteligência artificial, que incluem planejamento de transporte e logística, prestação de serviços municipais, detecção e gerenciamento de doenças crônicas, educação personalizada e controle de fronteiras.
O país planeja automatizar totalmente os controles de imigração para quem viaja até 2025, com a implementação de impressões digitais, digitalização facial e da íris até 2025.
“Cingapura está pronta para implantar inteligência artificial em escala nacional”, disse Heng, que também acumula o cargo de ministro das Finanças, em discurso no Festival de Fintech de Cingapura, que acontece todos os anos. “Nosso objetivo é ser líder no desenvolvimento e implantação de soluções de inteligência artificial até 2030.”
Heng disse que o primeiro passo em assistência médica é implantar o SELENA+, um sistema de inteligência artificial capaz de detectar três importantes doenças oculares, como as diabéticas, a partir de fotografias da retina. “Essas soluções podem ser aplicadas além de Cingapura, na região e no mundo”, disse.
China e Estados Unidos são duas superpotências de inteligência artificial que dominam as pesquisas sobre o assunto, mas as tensões comerciais entre os dois países atrasam a colaboração internacional que sustenta a inovação tecnológica.
O domínio dos dois gigantes em inteligência artificial também levanta questões sobre como países menores, como Cingapura, podem influenciar e participar de tecnologias emergentes.
A abordagem de Cingapura é direcionar aplicativos específicos de inteligência artificial para o desenvolvimento e implantação em escala em setores específicos.
O país está investindo 500 milhões de dólares cingapurianos (US$ 368 milhões) em pesquisa de inteligência artificial até 2020 e atraiu empresas americanas e chinesas com políticas que apoiam a pesquisa sobre o tema.
Tang Xiao’ou, cofundador da chinesa SenseTime Group, disse em comunicado que a estratégia nacional de inteligência artificial de Cingapura ajudará a “estabelecer nossa base de Cingapura como um laboratório vivo” para testes.
“O Vale do Silício e Pequim foram líderes globais em pesquisa de inteligência artificial e no desenvolvimento de startups de IA”, disse Andrew Ng, fundador e CEO da Landing AI. “Cingapura tem todas as peças necessárias para se tornar um centro regional de IA.”