Cinco lições que o bitcoin pode ensinar aos investidores
Independente do que você ache do bitcoin e dos criptoativos, existe muito a se aprender com sua ascensão, mesmo se for apenas uma parte do sistema financeiro global.
Mesmo se você estiver no campo da “bolha do bitcoin”, não deixe isso te cegar e evitar que você aprenda sobre o que aconteceu nos últimos anos. Aqui vão cinco pontos educativos em que o bitcoin possui uma grande história para contar.
1. Tecnologia descentralizada — onde ninguém está “no comando” — pode criar e estabelecer confiança
Lembre-se que o bitcoin foi lançado em janeiro de 2009, no auge da Crise Financeira Global. Ações americanas não caíram até março daquele ano e, na época, ninguém sabia como — nem se — o sistema financeiro global iria sobreviver.
Combine essa falta de fé com o crescimento da tecnologia móvel e a internet de alta velocidade em todo o mundo e o bitcoin estava no lugar certo na hora certa. Investidores iniciais foram uma mistura de libertários com nerds em tecnologia; cada um viu seu próprio reflexo no espelho do bitcoin.
A partir de então, o surgimento do bitcoin foi como a história da ação FANG. A adesão global de novas tecnologias resultou na dominância do Facebook dentre as demais redes sociais, do Google no setor de pesquisas e da Apple no setor de hardware/software.
A diferença é que o bitcoin não possui um CEO, um comitê e nenhum ativo físico próprio. Mas se provou como um recurso, e não um bug. Ninguém “precisa” estar no comando e isso é novo e extraordinário.
2. Saia do seu mundinho
Algo perceptível sobre os que são contra o bitcoin é que a maioria são ricaços. Eles não entendem por que o mundo precisa de uma criptomoeda lastreada por nada além de um código de programação e da fé das massas. Para eles, que são beneficiados, não faz sentido.
É preciso sair da zona de conforto das democracias ocidentais para entender o potencial dos criptoativos. Possuem valor intrínseco em uma reserva de valor descentralizada que governos não podem controlar ou confiscar.
3. Tenha fé
Bitcoin e outros criptoativos são extremamente voláteis, mas poucos investidores parecem se importar. Existe até um termo de autoidentificação nos círculos de cripto — HODLers (aqueles que “detém por toda a vida”, do inglês “hold on for dear life”) — que capta esse sentimento. Não venda quando cair e compre mais posições se possível.
Essa confiança vem de uma fé profunda e é algo que investidores em ações podem aprender. Alguns dizem que “as quedas nas ações americanas em 2009 não foram causadas pelas pessoas que desistiram de suas ações; foram causadas por pessoas que desistiram dos EUA”.
Digamos que, após mais de 70 anos de constante criação de valor a longo prazo, mercados acionários teriam de provar, inúmeras vezes, que são investimentos rentáveis e que os EUA são um país seguro de se investir.
O surgimento do bitcoin mostra que tal fé é possível; ações — e os EUA — têm o registro histórico digno do mesmo nível de confiança.
4. Você nunca sabe onde encontrará a próxima Grande Ideia
Pouquíssimos grandes bancos de investimento se interessaram em bitcoin. As principais manchetes foram de hacks, como quando o site Silk Road estava envolvido com tráfico de drogas ou quando a corretora japonesa Mt.Gox implodiu.
Como um todo, o mundo inteiro perdeu o bonde do bitcoin. Ou dizem que é muito estranho, muito superficial, coisa de nerd ou muito estranho.
Esta é uma lição importante: você precisa sair do nível intelectual e padrão para obter grande lucro. Algumas darão certo e outras não mas, sem qualquer exposição, seus lucros com certeza serão zero.
5. Imaginação
Segundo um provérbio hindu: “de uma gota d’água, você precisa imaginar gelo, vapor, geleiras, chuva, oceanos e cachoeiras”.
Pense em quando a Amazon apenas vendia livros — sua “gota d’água”. Algumas pessoas visionárias poderiam imaginar tudo o que viria a seguir. Porém, não muitas. Certamente, nenhum de seus competidores sequer imaginou o que a empresa viria a ser até ser tarde demais.
Independente de onde irão os preços dos criptoativos, lembre-se da gota d’água. Os casos de uso variaram bastante, desde as atividades ilegais às esquisitas à febre atual de negociações.
O surgimento dessa tecnologia é uma enorme força desgovernada para a mudança societária. Pode gerar altos níveis de confiança muito rapidamente na estrutura corretora.
Não sabemos o que os criptoativos nos trarão, mas reconhecemos uma gota d’água quando a vemos.