Cientistas chineses editam DNA para tentar curar câncer e HIV
Pesquisadores chineses conseguiram tratar com segurança um homem com leucemia e HIV usando células-tronco editadas geneticamente, um passo adiante em um campo que foi abalado no ano passado quando outro cientista chinês usou a mesma tecnologia para criar os primeiros bebês geneticamente modificados do mundo.
O caso médico do paciente, publicado na quarta-feira na New England Journal of Medicine, é o primeiro relatório detalhado em uma importante revista acadêmica de como os médicos estão usando a ferramenta experimental Crispr para manipular o DNA de um paciente vivo, em um esforço para curar doenças. Mas, mesmo antes da polêmica anterior na China, a cautela sempre reinou nesse campo, com questionamentos sobre a rapidez com a qual a tecnologia é aplicada.
As doenças do paciente – HIV e câncer – abriram uma porta aos pesquisadores do Centro de Pesquisa em Células-Tronco da Universidade de Pequim. O paciente precisava de um transplante de células-tronco para substituir as células doentes que estavam causando o câncer de sangue. Esse procedimento também lhes deu a oportunidade de reprojetar um gene chamado CCR5 nas células doadoras para serem resistentes ao HIV.
“Esta é uma luz verde para todo o campo da edição de genes”, disse Carl June, pioneiro no uso de terapia genética para tratar câncer e HIV na Universidade da Pensilvânia, em entrevista. June publicou um artigo complementar na revista.