Cielo sobe mais de 4% com aposta em soluções de pagamentos por aplicativos
Por Investing.com – Na parte da tarde desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da Cielo (CIEL3) operam com forte alta de 4,91% a R$ 13,25, mesmo com o resultado negativo no terceiro trimestre do ano. O pano de fundo para a alta são os contatos com possíveis parceiros para operar com pagamentos instantâneos via aplicativos. As informações são dos executivos da maior empresa de adquirência de cartões do país.
“Estamos em contato com grupos para sermos relevantes nesse segmento, no qual também queremos ser líderes”, disse o diretor de relações com investidores da Cielo, Victor Schabbel, durante teleconferência com jornalistas sobre os resultados do terceiro trimestre, divulgados na noite da véspera.
Segundo Clovis Poggetti, vice-presidente de finanças e de relações com investidores, a Cielo tem enfrentado nos segmentos de pequenas e médias empresas a maior concorrência em meios de pagamentos. Esse é o principal alvo da Stone, que fez sua estreia na Nasdaq na semana passada.
De acordo com Poggetti, eventual pressão adicional sobre as margens da Cielo dependerá do comportamento do mercado nos próximos meses. “A competitivade atual no mercado está muito alta”, disse.
Na visão da Mirae Asset, no geral o resultado foi mais fraco do que o esperado e mostrou os reflexos da concorrência de mercado com queda de receita. Os analistas esperam que num primeiro momento a CIEL3 continue sofrendo por conta da concorrência e continuamos recomendando a compra, num horizonte somente para longo prazo, quando o mercado já estiver mais acomodado, com potencial de valorização de 48%.
Coinvalores chama a atenção para o fato de a principal divisão da companhia ter apresentado retração de 9,5% na receita líquida, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, fruto do ambiente competitivo muito complicado no segmento de adquirência, tendência que deve se acentuar.
Além disso, a Cielo precisou investir mais em campanhas de marketing e ações comerciais, o que pressionou ainda mais as margens da empresa. A corretora não recomenda a exposição aos papéis da companhia.
Resultado
A empresa anunciou nesta terça-feira que seu lucro líquido de julho a setembro somou 793,2 milhões de reais, uma queda de 22 por cento ante mesma etapa de 2017. No critério ajustado, o lucro caiu 20,1 por cento ano a ano, para 812,8 milhões. A previsão média de analistas era de lucro de 891,9 milhões
Embora a receita líquida tenha crescido 1,1 por cento no comparativo anual, a 2,96 bilhões de reais, o forte aumento de despesas com vendas e marketing erodiu as margens.
O resultado operacional da Cielo, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de 1,15 bilhão de reais, caiu 11,2 por cento ano a ano, e veio também abaixo da previsão de analistas, de 1,32 bilhão. A margem Ebitda caiu 5,4 pontos percentuais, a 38,9 por cento.