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Cielo se esforça para acompanhar mudança no setor de pagamentos e tem capacidade posta à prova

19 ago 2021, 18:07 - atualizado em 19 ago 2021, 18:07
O BB Investimentos optou por adotar um posicionamento mais conservador, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3,50 ao fim de 2022 para a ação (Imagem: Reprodução/YouTube/Cielo)

O mercado de adquirência passa por uma importante transformação que a Cielo (CIEL3), um dos nomes mais representativos do setor, encontra dificuldades de acompanhar, disse o BB Investimentos.

Segundo a instituição, a Cielo vai ter que provar que tem capacidade para reter seus clientes e absorver uma parcela significativa do mercado de antecipação de recebíveis nesse novo cenário de maior competição.

“O mercado de adquirência no Brasil está passando por uma nova transformação por conta do novo sistema de registro de recebíveis, o que intensifica ainda mais a concorrência, pois possibilita que os comerciantes antecipem as parcelas de suas vendas com qualquer empresa autorizada, e não somente com a empresa que processou o pagamento”, explicou o analista Henrique Tomaz, em relatório obtido pelo Money Times.

Na tentativa de não ficar para trás na competição, a Cielo entrou na disputa com o Receba Rápido. A solução garante que o comerciante receba em dois dias as vendas parceladas, mediante desconto, e assegura à companhia o recebimento do volume transacionado sem o risco do cliente antecipar com empresas concorrentes.

Por ora, o BB Investimentos optou por adotar um posicionamento mais conservador, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3,50 ao fim de 2022.

“Entendemos que a Cielo precisa demonstrar capacidade de reter e conquistar clientes, bem como de absorver parcela significativa do mercado de antecipação de recebíveis no contexto do novo sistema de registro de recebíveis, por isso trabalhamos com premissas conservadoras até que observemos os resultados da companhia neste cenário”, disse Tomaz.

Sinal de melhora

A Cielo registrou números positivos no segundo trimestre do ano, na opinião do BB Investimentos.

A companhia reverteu o prejuízo líquido reportado em igual período de 2020 e lucrou R$ 221,5 milhões. Os resultados foram beneficiados pelo melhor ritmo das vendas do varejo no Brasil.

A receita líquida da companhia avançou 14,8% no comparativo anual, chegando a R$ 2,8 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saltou 145,9%, para R$ 580,8 milhões.

Na terça-feira, a Cielo disse, após consultar os controladores Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), que não existem tratativas quanto ao seu fechamento de capital. O esclarecimento veio após uma reportagem do Valor Econômico afirmar, citando fontes próximas às companhias, que o anúncio do fechamento de capital estava perto de acontecer.

Em nota, a Cielo afirmou que “a notícia mencionada acima é inverídica” e “o tema veiculado na referida matéria, fechamento de capital, não foi discutido no âmbito de seu conselho de administração”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.