Cielo, quem diria, está mais atraente na Bolsa
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As ações da Cielo (CIEL3) parecem as mais bem preparadas no setor de pagamentos para enfrentar os desafios apresentados pela crise econômica do coronavírus, avalia o Bradesco BBI em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (27).
A recomendação foi elevada de venda para neutra, com preço-alvo de R$ 5,50. O potencial de valorização é de aproximadamente 16%.
Este melhor posicionamento, contudo, não se deu pelos melhores motivos.
“Nos últimos anos, a empresa tornou-se fortemente exposta a grandes comerciantes (cerca de 70% do seu Volume Total de Pagamentos). Em situações desafiadoras, esses são os clientes que devem se mostrar mais resilientes”, explicam os analistas.
A empresa também tem um percentual menor de pagamento antecipado das vendas de cartão de crédito, de 20%. A Stone (STNE), por exemplo, adianta 50%.
“A Cielo provavelmente expandirá isso, especialmente em um cenário de crédito mais restritivo”, pontua o Bradesco.
Cateno
Outro diferencial é que a Cielo está mais exposta ao negócio de emissão de cartões, com a subsidiária Cateno. A empresa é uma joint venture feita com o Banco do Brasil (BBAS3).
A expectativa do Bradesco é de que em 2020 e 2021 a Cateno passe a representar 70% dos lucros da Cielo.
“Assim, em termos de múltiplo Preço sobre o Lucro (P/L) 2021, veríamos a Cielo como mais atraente em uma base relativa”, avaliam.