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Cielo lidera perdas do Ibovespa com resultado pressionado por concorrência

31 jul 2018, 11:49 - atualizado em 31 jul 2018, 11:54

Cielo

Por Investing.com – Na parte da manhã desta terça-feira na bolsa paulista, as ações da Cielo (CIEL3) lideram as perdas do Ibovespa, recuando 6,92% a R$ 14,80. A companhia divulgou o resultado do segundo trimestre, que mais uma vez mostra números pressionados pela concorrência, além do resultado ter ficado abaixo do esperado pelo mercado.

Na visão dos analistas Luis Azevedo e Silvio Dória, da corretora Safra, a Cielo continuou apresentando queda de receita e lucratividade em sua principal unidade de negócios, a Cielo Brasil, bem como menores receitas financeiras devido à menorreceita de compra de recebíveis, mostrando que um ambiente competitivo mais difícil continua prejudicando a empresa.

Após o balanço, os analistas da Safra reduziram a recomendação dos papéis da Cielo para ‘neutra’ ante ‘outperform’.

Para a Mirae Asset, no geral o resultado foi ligeiramente mais fraco, refletindo o aumento da concorrência, mas, por outro lado, anunciou um elevado dividendo, que surpreendeu. A recomendação segue sendo de compra, esperando melhora de margens nos próximos trimestres. O potencial de valorização é de 49%. Os analisas ressaltam que CIEL3 negocia a um múltiplo EV/EBITDA 2018 de 8,9x e para 2019 de 8,4x.

Na visão da Coinvalores, o balanço reflete um período pressionado para Cielo, que viu seu Ebitda e seu lucro líquido diminuírem tanto na comparação trimestral quanto na anual, por conta da soma do baixo crescimento no top line com alta forte nos custos. Além do ambiente competitivo que já vem complicado há algum tempo, nesse ano tivemos a abertura efetiva do mercado, já que antes, parte da transação dos cartões Elo, por exemplo, era processada pela Cielo, mesmo que o pagamento não fosse feito em uma maquininha da companhia. Isso pressionou os volumes transacionados, que ficaram apenas estáveis em relação ao 2T17.

Já os custos saltaram 15,0% em um ano, principalmente por elevação nos gastos com remuneração das bandeiras. Com isso, a margem Ebitda caiu 6,0 p.p. em doze meses e o lucro líquido ficou 17,8% menor na mesma comparação. A companhia ainda anunciou R$ 3,5 bilhões em proventos.

A XP Investimentos vê mais um trimestre desafiador, com a companhia reportando resultados mais fracos do que o esperado no segundo trimestre, com o Ebitda 9% abaixo da estimativa e do consenso, -8% no trimestre. O lucro líquido de R$817,5 milhões veio 17,2% abaixo do estimado e 13,4% abaixo do consenso. O custo de serviços (+ 11,2% no 2T) e despesas operacionais (+ 28,4% no 2T), mais que compensaram as receitas mais fortes de R$ 2,9 bilhões, + 2,3% contra o estimado pela XP e + 5,1% em relação ao trimestre anterior.

A corretora espera reação negativa e reitera nossa recomendação neutra nas ações.

Resultado

Uma nova rodada de queda no volume de transações com cartões de débito e nas receitas com antecipação de recebíveis fizeram a Cielo registrar queda no lucro do segundo trimestre, com a líder no mercado de meios de pagamentos no Brasil sofrendo crescente concorrência no setor e gastando mais para defender mercado.

A Cielo informou nesta segunda-feira que seu lucro ajustado do período somou 817,5 milhões de reais, recuo de 17,8 por cento ante mesma etapa de 2017. A companhia também anunciou que vai pagar 3,5 bilhões de reais em dividendos e juros sobre capital próprio referentes a este ano.

O desempenho operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi 1,147 bilhão de reais de abril a junho, queda de 10,3 por cento na comparação anual. A margem Ebitda seguiu a trajetória já longa de declínio, caindo seis pontos percentuais ano a ano, para 39,2 por cento.

O volume de transações de contas pagas por meio dos terminais da Cielo no trimestre foi 5,9 por cento menor do que em igual etapa do ano passado, movimento puxado pelo recuo nas operações com cartão de débito.

Com Reuters.

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