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Cielo (CIEL3) merece o benefício da dúvida; Credit Suisse eleva recomendação e vê potencial de alta de 30%

26 ago 2022, 12:19 - atualizado em 26 ago 2022, 12:19
Mudança de rating é baseada principalmente nas tendências operacionais saudáveis da empresa de pagamentos e no valuation descontado (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Credit Suisse elevou a recomendação da Cielo (CIEL3) para “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), bem como o preço-alvo da ação, de R$ 2,50 para R$ 7,50, o que implica um potencial de valorização de aproximadamente 30% sobre o último fechamento.

A mudança de rating é baseada principalmente nas tendências operacionais saudáveis da empresa de pagamentos e no valuation descontado, com o papel sendo negociado a 11 vezes P/L (preço sobre lucro) em 2022.

Os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti comentam, em relatório divulgado nesta sexta-feira (26), que os resultados do segundo trimestre da Cielo mostraram sinais positivos para a indústria de adquirência.

“A Cielo foi capaz de acelerar seu crescimento com uma rentabilidade saudável (apesar de um mix de TPV [volume total de pagamentos] que se inclina em direção a varejistas maiores)”, afirmam.

Federle e Ricciuti dizem ainda que, apesar de os ROEs (retorno sobre o patrimônio líquido) continuarem baixos, ter uma margem de lucro de dois dígitos já é louvável.

A Cielo era um dos destaques de alta do Ibovespa por volta das 12h desta sexta. A ação avançava 4,49%, cotada a R$ 6,05. Na máxima do dia até o momento, o papel chegou a atingir R$ 6,22.

Descontada

Com um salto de 160%, a ação da Cielo acumula a maior valorização do Ibovespa no ano. Apesar da disparada, analistas continuam vendo o papel descontado em relação aos pares.

Com o segundo trimestre mostrando um conjunto de dados animadores, Federle e Ricciuti entendem que a Cielo merece o benefício da dúvida e assumem que é só “o início de uma nova tendência”.

Os analistas destacam a forte performance da Cielo no segmento de grandes contas como um elemento importante para a tese de investimento.

“A companhia mencionou que alguns clientes estão retornando para a Cielo em busca de serviços melhores e concordando em pagar taxas mais altas por isso. O segmento de grandes contas é bem competitivo, mas a administração da Cielo está confiante de que a performance recente possui raízes estruturais. A Cielo até considera aumentar os preços no segmento”, afirmam.

Os resultados do segundo trimestre também mostraram melhorias no segmento de pequenas e médias empresas. O Credit Suisse acredita que a Cielo continuará perdendo participação de mercado na categoria, mas em ritmo bem menos acelerado que antes.

Novo CEO deve ter margem de manobra para explorar novas oportunidades em frentes como software e serviços financeiros, dizem analistas do Credit Suisse (Imagem: Facebook/Cielo)

Novo CEO

A Cielo anunciou nesta semana que Estanislau Bassols está deixando o comando da Mastercard no Brasil para ser o novo diretor-presidente da companhia.

Bassols ocupará o cargo de Gustavo Sousa, que deixa o comando da Cielo após pouco mais de um ano.

Na avaliação do Credit Suisse, o novo CEO deve ter margem de manobra para explorar novas oportunidades em frentes como software e serviços financeiros.

“Ainda assim, a companhia reafirmou o compromisso de se manter atenta ao core business e à rentabilidade de curto prazo e disse que, embora as novas iniciativas possam trazer custos adicionais, as margens não devem ser afetadas”, acrescentam Federle e Ricciuti.

Além da atualização da tese da Cielo, o Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação da PagSeguro (PAGS) pela metade, a US$ 20, por conta de uma taxa Selic maior no curto prazo. A recomendação de outperform, no entanto, foi mantida.

O preço-alvo para o papel da Stone (STNE) também foi reduzido, de US$ 22 para US$ 12. O banco tem recomendação “neutra” para o nome.

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