Cielo (CIEL3) merece o benefício da dúvida; Credit Suisse eleva recomendação e vê potencial de alta de 30%
O Credit Suisse elevou a recomendação da Cielo (CIEL3) para “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), bem como o preço-alvo da ação, de R$ 2,50 para R$ 7,50, o que implica um potencial de valorização de aproximadamente 30% sobre o último fechamento.
A mudança de rating é baseada principalmente nas tendências operacionais saudáveis da empresa de pagamentos e no valuation descontado, com o papel sendo negociado a 11 vezes P/L (preço sobre lucro) em 2022.
Os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti comentam, em relatório divulgado nesta sexta-feira (26), que os resultados do segundo trimestre da Cielo mostraram sinais positivos para a indústria de adquirência.
“A Cielo foi capaz de acelerar seu crescimento com uma rentabilidade saudável (apesar de um mix de TPV [volume total de pagamentos] que se inclina em direção a varejistas maiores)”, afirmam.
Federle e Ricciuti dizem ainda que, apesar de os ROEs (retorno sobre o patrimônio líquido) continuarem baixos, ter uma margem de lucro de dois dígitos já é louvável.
A Cielo era um dos destaques de alta do Ibovespa por volta das 12h desta sexta. A ação avançava 4,49%, cotada a R$ 6,05. Na máxima do dia até o momento, o papel chegou a atingir R$ 6,22.
Descontada
Com um salto de 160%, a ação da Cielo acumula a maior valorização do Ibovespa no ano. Apesar da disparada, analistas continuam vendo o papel descontado em relação aos pares.
Com o segundo trimestre mostrando um conjunto de dados animadores, Federle e Ricciuti entendem que a Cielo merece o benefício da dúvida e assumem que é só “o início de uma nova tendência”.
Os analistas destacam a forte performance da Cielo no segmento de grandes contas como um elemento importante para a tese de investimento.
“A companhia mencionou que alguns clientes estão retornando para a Cielo em busca de serviços melhores e concordando em pagar taxas mais altas por isso. O segmento de grandes contas é bem competitivo, mas a administração da Cielo está confiante de que a performance recente possui raízes estruturais. A Cielo até considera aumentar os preços no segmento”, afirmam.
Os resultados do segundo trimestre também mostraram melhorias no segmento de pequenas e médias empresas. O Credit Suisse acredita que a Cielo continuará perdendo participação de mercado na categoria, mas em ritmo bem menos acelerado que antes.
Novo CEO
A Cielo anunciou nesta semana que Estanislau Bassols está deixando o comando da Mastercard no Brasil para ser o novo diretor-presidente da companhia.
Bassols ocupará o cargo de Gustavo Sousa, que deixa o comando da Cielo após pouco mais de um ano.
Na avaliação do Credit Suisse, o novo CEO deve ter margem de manobra para explorar novas oportunidades em frentes como software e serviços financeiros.
“Ainda assim, a companhia reafirmou o compromisso de se manter atenta ao core business e à rentabilidade de curto prazo e disse que, embora as novas iniciativas possam trazer custos adicionais, as margens não devem ser afetadas”, acrescentam Federle e Ricciuti.
Além da atualização da tese da Cielo, o Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação da PagSeguro (PAGS) pela metade, a US$ 20, por conta de uma taxa Selic maior no curto prazo. A recomendação de outperform, no entanto, foi mantida.
O preço-alvo para o papel da Stone (STNE) também foi reduzido, de US$ 22 para US$ 12. O banco tem recomendação “neutra” para o nome.
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