Cielo (CIEL3): Depois de saltar 70% no semestre, ação ainda tem espaço para subir?
A Cielo (CIEL3) disparou quase 70% no primeiro semestre de 2022, com alta de 71% nos últimos seis meses, a cerca de R$ 3,75. A companhia foi na contramão do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que caiu 5% no mesmo período.
O analista da Inv João Abdouni lembra que a companhia tinha o monopólio do setor de máquinas de cartão até por volta de 2017, mas que a dinâmica foi quebrada com o surgimento de PagSeguro, Stone, entre outras empresas.
“Desde então a Cielo teve uma forte queda até chegar a suas mínimas históricas em janeiro deste ano, quando era negociada na casa dos R$ 2”, explica.
O especialista avalia que o valor de mercado da empresa em janeiro estava abaixo do que ela apresentava de desempenho. “Agora, eu acredito que a Cielo esteja bem precificada”, defende Abdouni.
Ele diz que alta de 70% das ações foi uma correção justa para a companhia.
Comprar ou vender?
Para o analista da Inv, o movimento de alta da Cielo já acabou. Segundo ele, a única surpresa, que poderia ser um novo motivo para avanço das ações, seria a companhia apresentar resultados muito acima dos últimos meses.
“Ela já é uma líder setorial, em um segmento que é difícil de crescer e a empresa tem algumas amarras por causa dos controladores, o Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3)”, explica.
Filipe Fradinho, analista da Vitreo, tem cautela ao avaliar a empresa, principalmente por causa da alta dos juros. “Os juros altos desestimulam o consumo, e a Cielo depende essencial do aquecimento econômico”, defende.
Fradinho ressalta que o momento é para priorizar outros setores, devido a esse contexto macroeconômico.
A Genial Investimentos destacou que há desafios no curto prazo. A corretora citou a commoditização dos serviços de adquirência, a grande competição no segmento e a disrupção de novas soluções.
A corretora recomendou manter as ações da Cielo, com um preço-alvo de R$ 4,22, indicando uma alta potencial de 11,64%
Desempenho do Ibovespa
Quanto ao Ibovespa, João Abdouni avalia que o desempenho do índice foi positivo para um semestre conturbado, principalmente quando comparado aos índices globais. O S&P 500, de Nova York, caiu quase 20% no mesmo período.
Abdouni pondera que o mundo enfrentou a Covid e uma guerra neste período, dois eventos com desdobramentos importantes para os mercados do mundo todo, como a alta de juros nas grandes economias e a inflação de materiais básicos.
“O Ibovespa no zero a zero nesse cenário foi até que bem”, defende o analista, que acredita que o desempenho tenha sido sustentado pela Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e os grandes bancos, “as ações mais tradicionais da Bolsa brasileira, e foram elas que sustentaram o desempenho do índice”.
Para os próximos meses, o analista espera alta volatilidade, já que falamos de uma janela curta com uma eleição no meio.
Mas ele destaca o desempenho das empresas exportadoras, que serão precificadas segundo a economia dos EUA, “se a economia aquecer por lá, o preço dos materiais básicos deve avançar, e as empresas exportadoras do índice podem alavancar aqui”, explica.
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