Cielo (CIEL3) continua barata, mesmo após salto de 160%, avalia BTG; ação tem fôlego para subir mais 20%
O BTG Pactual (BPAC11) continua cauteloso com o setor de pagamentos. As expectativas para a Cielo (CIEL3), no entanto, nunca estiveram tão altas.
O banco voltou a elevar as estimativas para a companhia, passando a projetar lucro de R$ 1,46 bilhão e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5 bilhões em 2022, aumento de 9,9% e 5,4%, respectivamente, em relação aos números estimados anteriormente.
Para 2023, as projeções de lucro líquido foram revisadas em 12,4% para cima, a R$ 1,8 bilhão, 25% acima do consenso.
“Embora a visibilidade no próximo ano não seja grande, não acreditamos que nossos números sejam agressivos, representando apenas a anualização do que esperamos para o lucro líquido do segundo semestre de 2022”, comentam os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, que assinam o relatório divulgado no início da semana.
O crescimento do volume de pagamentos e as margens mais altas da Cateno devem impulsionar os lucros da Cielo no terceiro trimestre, avalia o BTG.
“Esperamos que a Cielo continue apresentando um crescimento decente de TPV de adquirência (defendendo sua participação de mercado), enquanto volumes maiores de cartões devem impulsionar ainda mais as margens da Cateno”, diz o time de análise.
O banco estima lucro de R$ 420 milhões no terceiro trimestre, 30% acima do consenso da Bloomberg, seguido por R$ 470 milhões no quarto trimestre.
Ação barata
As ações da Cielo acumulam um salto de aproximadamente 160% em 2022.
Apesar da disparada, os papéis continuam baratos, negociados em torno de 8 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2023, destaca o BTG.
“Acreditamos que o consenso seja excessivamente conservador em relação aos lucros de 2022 e 2023”, afirmam os analistas.
A instituição tem recomendação de “compra” para a Cielo, apesar da dificuldade de ver o setor como um investimento de longo prazo. O preço-alvo foi mais uma vez revisado e está agora em R$ 7, o que implica um potencial de valorização de 20,9% em relação ao último fechamento.
“Embora esperemos que um cenário competitivo mais benigno ajude nos próximos trimestres, ainda vemos o mercado em equilíbrio instável”, comentam Rosman, Paura, Buchpiguel e Melo.
A leitura do BTG sobre a Cielo é mais otimista que a do Bank of America (BofA), que reiterou sua recomendação “neutra” para a empresa, com preço-alvo de R$ 5,60 (potencial de queda de 3,2%).
Segundo o BofA, os papéis chegaram no topo e não têm mais espaço para subir.
O Bank of América reiterou a sua recomendação neutra para o papel da Cielo (CIEL3), com preço-alvo de R$ 5,60, potencial de queda de 3,2% ante o último fechamento.
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