Cielo (CIEL3): Consenso ainda está conservador, diz BTG; analistas veem “grandes riscos positivos”
O consenso do mercado ainda está conservador em suas estimativas de 2022-23 sobre Cielo (CIEL3), avalia o BTG Pactual (BPAC11).
Embora siga cauteloso com o setor de pagamentos, o banco vê grandes riscos positivos para a companhia, que combina valuation atrativo (negociada perto de 8 vezes P/L [preço sobre lucro] para 2023), forte momento operacional e uma agenda de transformação bem-sucedida.
“Acreditamos que uma recomendação de compra no papel é justificável”, afirmam os analistas Eduardo Rosma, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, em relatório divulgado no início da semana. O preço-alvo é de R$ 6.
Segundo trimestre forte
A Cielo continuará apresentando crescimento “decente” de TPV (volume total de pagamentos), além de margens positivas da Cateno, diz o BTG.
Na avaliação dos analistas, o lucro líquido recorrente reportado pela companhia no segundo trimestre, de R$ 383 milhões, deve ser visto como um piso para os resultados do terceiro trimestre.
“Vemos risco de alta para este número (potencialmente R$ 400-450 milhões)”, comentam.
Além do lucro de R$ 383 milhões, a Cielo reportou queda de 9,7% na receita operacional líquida, a R$ 2,54 bilhões, considerando MerchantE.
Desconsiderando a MerchantE, cuja alienação foi concluída em abril, a receita operacional líquida “Cielo + Cateno” registrou uma expansão de 33,7% ano a ano.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado atingiu R$ 1,18 bilhão, crescimento anual de 103,7%, se considerar os impactos relacionados à venda da MerchantE.
Desconsiderando a MerchantE, o Ebitda ainda avançou 54,2% no comparativo anual.
Em bases recorrentes, o Ebitda subiu 57,5%, totalizando R$ 914,7 milhões.
Com resultados surpreendendo positivamente, a Cielo tem ganhado a confiança de analistas, que estão otimistas com a empresa pela primeira vez em anos.
“Equilíbrio instável”
Segundo o BTG, a dinâmica de preços mais racional, que impulsionou a recuperação da lucratividade do setor, pode ser um “equilíbrio instável”.
“Não descartamos um cenário de competição mais acirrada quando as taxas de juros caírem”, afirmam Rosma, Paura, Buchpiguel e Melo.
Filipe Oliveira e Daniel Diniz, respectivamente CFO e chefe de RI da Cielo, disseram em conversa com o BTG e investidores locais que a Cielo não está disposta a ficar parada e perder participação de mercado.
Por outro lado, o CFO entende que mais players têm consciência de que a elasticidade de preços em relação aos volumes não é tão alta. Então, uma abordagem competitiva muito agressiva não gera uma receita muito mais alta.
Seguindo a linha de reprecificação de sua base de clientes em abril, a Cielo implementou novas rodadas de reprecificação em julho e agosto. Ainda que em menor escala, a transferência de uma base de clientes com preços mais altos é “definitivamente boa para os lucros”, destaca o BTG.
Ainda há espaço para melhorias nos processos logísticos, na jornada do cliente e, principalmente, nos canais de atendimento.
“Mas o NPS (métrica de nível de satisfação do cliente) aumentou desde 2019, enquanto o NPS dos concorrentes caiu”, ressalta o banco.
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