Banco Central

Ciclo de altas da Selic deve se encerrar em setembro e aos 13,75%, apontam analistas

09 ago 2022, 15:21 - atualizado em 09 ago 2022, 15:21
Renda Fixa
Selic de 13,75% deve se manter por, pelo menos, um ano. (Imagem: Mehaniq)

Ao contrário do comunicado divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) logo após a decisão de aumentar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75%, a ata da reunião veio mais dovish. Ou seja, o Banco Central indicou uma postura de expansão monetária.

Na semana passada, o Banco Central apontou para uma possível alta residual de 0,25 pp. No entanto, o mercado descarta esse movimento e projeta que o ciclo de altas da Selic deve acabar na reunião de setembro.

“O BC continua preocupado com a escalada da inflação global e postura dos bancos centrais das principais economias”, destaca Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed. “Muito provavelmente o BC vai terminar o ciclo de alta na próxima reunião.”

Já Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, aponta que houve um endurecimento do discurso do BC em relação à deterioração fiscal e em como o impulso sustentará a atividade no segundo semestre. No entanto, um reajuste na taxa de juros acontecerá apenas em um cenário de surpresa.

“A menção sobre os 0,25% adicionais que serão avaliados na próxima reunião dá algum grau de liberdade no cenário de uma surpresa no período entre reuniões, mas o trabalho está feito”, afirma.

Juros altos por mais tempo

A dúvida agora é em relação ao tempo que o Banco Central deve manter a Selic em um patamar alto.

Apesar do Copom elencar 2023 como parte do horizonte relevante, a autoridade monetária enfatiza a inflação acumulada em 12 meses no primeiro trimestre de 2024.

“Isso nos traz a sensação de que o Banco Central está alongando a decisão para 2024, onde há um maior acúmulo de juros e, diante do aspecto de dissipação dos efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, suas expectativas de inflação se encontram dentro da meta”, afirma Eduardo Vilarim, economista do Banco Original.

A projeção é de que o Banco Central mantenha o juro nominal no patamar de 13,75% por, pelo menos, um ano. “Assim, em meio a expectativas de inflação cedendo no horizonte relevante, o aperto monetário se torna mais ‘passivo’ através dos juros reais”.

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