Ciclo de alta das criptomoedas deverá se manter? Confira análise de mercado
Após uma breve esfriada depois do aumento de preço impulsionado pela aprovação de ETFs, os mercados do bitcoin (BTC) e dos ativos digitais estão aquecendo novamente.
A maior e mais antiga criptomoeda do mundo terminou a semana passada com um aumento de 2%, sendo negociada a US$ 63 mil.
O segundo e o terceiro maiores ativos na tabela da Brave New Coin, ethereum (ETH) e binance coin (BNB), finalizaram a semana com um crescimento de 12% e 1%, respectivamente.
No dia 20 de outubro, o bitcoin estabeleceu uma nova máxima histórica de US$ 67.250. O motivo que levou o mercado em direção a novas máximas foi o lançamento do primeiro ETF de futuros de bitcoin nos Estados Unidos.
O evento foi celebrado como um marco regulatório para a indústria de criptomoedas, com o sinal verde para negociação de bitcoin após anos de recusa e reenvio de aplicações.
O primeiro ETF de bitcoin a ser aprovado foi o “Bitcoin Strategy ETF” ($BITO), da ProShares. O fundo é negociado na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e segue o preço de futuros de bitcoin da Bolsa Mercantil de Chicago (CME). O ETF foi listado na terça-feira (19) e imediatamente quebrou recordes.
Os ativos sob gestão do $BITO atingiram US$ 1,1 bilhão após seu segundo dia de listagem, tornando-se o ETF que chegou mais rápido à marca de US$ 1 bilhão, destronando o recorde anterior de 18 anos, estabelecido pelo ouro.
A demanda para ganhar exposição ao bitcoin nos Estados Unidos era muito forte e a aprovação do ETF criou um momento de preço positivo para os mercados de bitcoin à vista.
Depois do frenesi em torno do ETF da criptomoeda, uma queda parecia inevitável. Nos dias seguintes ao novo recorde, o preço do BTC regrediu para a marca dos US$ 59,9 mil no domingo (24), representando uma queda de 11% em cinco dias.
Nas últimas 24 horas, no entanto, os mercados de bitcoin e de ativos parecem estáveis e prontos para começarem um ciclo de alta novamente. Desde o início desta semana, o preço do bitcoin aumentou 3%.
Um motivo para o aumento podem ser os comentários feitos pela secretária do Tesouro americano, Janet Yellen. No dia 24 de outubro, Yellen disse que esperava que a inflação permanecesse alta durante a primeira metade de 2022.
Ela disse que espera que os aumentos dos preços diminuam, à medida que problemas – que vão desde gargalos de fornecimento, um mercado de trabalho americano apertado até outros fatores econômicos ligados à pandemia – melhorem.
Agora, o bitcoin se consolidou como uma forma viável de contenção da inflação, graças à sua escassez digital verificável e aprovações de instituições de diversas áreas. Os mercados podem estar aguardando para obterem um bom desempenho no próximo período de inflação e desvalorização do dólar americano.
Outro potencial motivo para o forte desempenho da última semana pode ser a notícia de que a Mastercard deverá anunciar que qualquer um dos milhares de bancos e milhões de comerciantes em sua rede de pagamentos poderão, em breve, integrar cripto em seus produtos.
O canal de notícias CNBC informou que o programa da gigante de pagamentos incluirá carteiras de bitcoin, além de cartões de débito e crédito que terão recompensas em cripto.
Mastercard possibilitará que comerciantes aceitem ativos digitais e que programas de fidelidade, como em companhias aéreas ou hotéis, convertam esses pontos em bitcoin. Esse é outro sinal da crescente adesão e demanda varejista para criptomoedas.
O que vem por aí esta semana?
26 de outubro: atualização de nós do blockchain ICON
O blockchain da plataforma ICON passará à próxima fase de sua atualização para ICON 2.0. Hoje (26), operadores de nós receberão orientações técnicas sobre como preparar seus nós ICON 2.0, e a fundação ICON irá coletar feedback sobre o assunto.
ICON 2.0 é uma grande reformulação do blockchain ICON e inclui várias novas ferramentas para a plataforma. O token nativo do blockchain – ICX – teve um aumento de 8% na última semana.
27 de outubro: Ethereum implementa atualização Altair
Altair, a primeira atualização da rede principal para o Beacon Chain da Ethereum, deverá ser implementada amanhã (27).
Beacon Chain é a fundação para o futuro em proof-of-stake (PoS) da Ethereum e tem funcionado de modo paralelo à Ethereum em proof-of-work (PoW), desde dezembro do ano passado.
Essa atualização traz o suporte ao “light-client” para o consenso central, soluciona alguns problemas com incentivos a validadores e intensifica os parâmetros de punição, conforme o EIP-2982. O ether teve um período de alta antes da atualização e um aumento de 11% nos últimos sete dias.
Top 10 criptoativos da semana
A semana passada foi forte para a maioria dos ativos de grande capitalização, segundo a tabela acima da Brave New Coin, com tokens de primeira camada tendo um bom desempenho geral. Solana (SOL) foi o ativo com o melhor resultado dentre os dez principais ativos.
Juntamente com o BTC, SOL estabeleceu uma nova máxima histórica, alcançando US$ 219 em grandes corretoras, no dia 25 de outubro.
O valor total bloqueado de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) no Solana explodiu na segunda metade deste mês e continua estabelecendo novas máximas históricas, acima de US$ 13,5 bilhões. Atualmente, a aplicação DeFi mais popular no Solana é a corretora descentralizada Saber.
Gráfico de preço do bitcoin
O site Glassnode relatou que o interesse em posições abertas de contratos futuros da CME aumentou em US$ 3,95 bilhões durante o mês de outubro, antes da aprovação do ETF e logo após sua listagem. As posições abertas na CME aumentaram 295%, desde o início de setembro.
Parece que grandes compradores institucionais estavam liderando o lançamento do ETF. Visto que as preocupações sobre a inflação americana ainda não diminuíram nos Estados Unidos, instituições podem aumentar a exposição ao bitcoin.