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Ciclo das commodities passou e MGLU3 e VIIA3 podem ser oportunidades, diz gestor da Nero Capital

06 set 2022, 12:53 - atualizado em 06 set 2022, 12:53
Bruno
Para Bruno Di Giacomo, da Nero Capital, bolsa guarda espaço “para ganhar dinheiro” (Imagem: Divulgação)

A perspectiva de fim dos juros e os sinais cada vez mais fortes da queda das commodities bastou para que gestores movessem seus portfólios para ações ligadas ao consumo doméstico.

Na visão de Bruno Di Giacomo, da Nero Capital, em entrevista ao Money Times, a bolsa, apesar da correção dos últimos meses, guarda espaço “para ganhar dinheiro”.

“Varejo tem alguma oportunidade, dado principalmente os resultados que a gente viu, como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3). Você vê oportunidades nessas companhias. […] Estamos menos otimistas com commodities porque o ciclo de alta já foi, começou a se neutralizar, talvez esse seja o setor menos favorável”, argumenta.

Contudo, Di Giacomo ainda vê potencial para o minério de ferro. Segundo ele, o pacote de estímulos nos Estados Unidos e outros países podem aquecer a demanda pela commodity.

Outras companhias que o gestor olha com carinho são bancos, que apesar da alta da inadimplência, devem ser compensados pelas taxas de juros mais elevadas.

Fim do ciclo de juros?

Para Di Giacomo, o fim da alta do ciclo de juros é “quase um consenso” no mercado, favorecendo empresas de infraestrutura e com “duration” mais longa, caso das varejistas.

“Achamos que podemos ter ganhos nesses mercados só por uma correção macroeconômica, não estou falando nem no micro das empresas. Essas teses estamos olhando mais de perto”, coloca.

Outro fator que pesará a favor do Brasil é fluxo de capital estrangeiro, que já vem fazendo preço para a bolsa brasileira.

Temos um protecionismo que durante muito tempo é negativo, mas durante poucos momentos é positivo. Devemos enfrentar esse ambiente de algum nível de recessão nos mercados globais, enquanto aqui no Brasil temos um país fechado, com uma economia interna robusta. A capacidade de recuperação está toda em casa”, assinala.

Apesar de não ver um crescimento absurdo em 2023, segundo Di Giacomo os fluxos financeiros buscam crescimento nos emergentes.

“Se apresentarmos alguns sinais de uma economia e um consumo um pouco mais forte, esse capital pode vir para cá”, afirma.

As compras realizadas por estrangeiros no mercado secundário de ações superaram as vendas em R$ 17,95 bilhões em agosto até dia 26, segundo dados da B3. No mesmo período, o Ibovespa subiu 8,85%. Os estrangeiros respondiam por 51,8% dos negócios na bolsa.

Pés no chão

Mesmo com alguns pontos positivos, o gestor diz que a inflação não é um risco a ser descartado. Ele lembra que tanto Jair Bolsonaro quanto o ex-presidente Lula deram sinais de que vão furar o teto de gastos.

“Nós vemos um impulso inflacionário, ambos os candidatos favoritos já disseram que têm propensão a continuar com exercício fiscal mais robusto, leia-se continuação do auxílio, entre outras medidas, que devem fazer com que o fiscal tenha que ser revisto, o teto de gasto é rompido em ambos os lados”, observa.

Sobre eleições, o gestor diz que o cenário segue indefinido, o que pode provocar solavancos na bolsa e, especialmente, em empresas estatais.

“Investir em estatais é apostar na vitória de algum candidato”, diz, ao responder se possui essas companhias na carteira. 

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