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Chuvas atrasam inspeção de silos de grãos em áreas alagadas no RS, diz Kepler Weber (KEPL3)

23 maio 2024, 18:12 - atualizado em 23 maio 2024, 18:12
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Não há dados oficiais sobre quantos silos e armazéns de grãos foram inundados no estado do Rio Grande do Sul (Foto: Reuters/Adriano Machado)

A inspeção de silos de grãos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul só poderá ser iniciada depois que as águas baixarem, disseram à Reuters na quinta-feira (23) representantes da Kepler Weber (KEPL3), principal fabricante de silos do Brasil.

As enchentes devastadoras, que começaram no final de abril, atingiram algumas estruturas de armazenagem no final da temporada gaúcha de soja, milho e arroz, o que significa silos potencialmente cheios ou quase cheios no Rio Grande do Sul.

Não há dados oficiais sobre quantos silos e armazéns de grãos foram inundados no Estado, que abriga 26% das instalações de armazenamento de alimentos do país, disse Fabiano Schneider, diretor industrial e de produtos da Kepler Weber.

O impacto das enchentes nas unidades de armazenamento de alimentos pode levar a grandes perdas para agricultores e empresas, afetar as exportações e causar inflação.

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Cerca de dez clientes da Kepler Weber solicitaram uma avaliação técnica de seus silos inundados, que requerem atenção especializada.

Os grãos armazenados em silos inundados podem produzir gases inflamáveis que causam explosões, embora ainda não tenha havido nenhum incidente do tipo, disse Schneider.

Além das explosões, os gases produzidos pelos grãos em decomposição representam um risco direto para as pessoas, que podem desmaiar ao inalá-los, disseram os técnicos da Kepler.

Inundações sem precedentes no sul do Brasil submergiram cidades inteiras, mataram animais, comprometeram a infraestrutura essencial e interromperam a colheita de grãos.

Nos silos, toda a eletricidade teve de ser desligada, comprometendo a ventilação dos grãos armazenados e aumentando potencialmente as perdas estruturais e de produtos.

Um aumento de 4% nos níveis de umidade, independentemente do grão, cria uma pressão “exponencial” dentro dos silos, colocando em risco sua própria estrutura, disseram os representantes da Kepler.

O Rio Grande do Sul tem 4.800 unidades de armazenamento, mais do que qualquer outro Estado brasileiro, disse a Kepler, citando dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O silo mais vendido da Kepler no Brasil, com 21 metros de diâmetro e cerca de 20 metros de altura, pode armazenar 6.000 toneladas métricas de soja, disseram seus representantes.