Chuva abaixo da média retira 1,5 p.p. do PIB brasileiro e impacta inflação, diz diretora do BC
O registro de chuvas abaixo da média nos últimos anos impacta negativamente a atividade econômica brasileira e gera pressão sobre a inflação, disse nesta terça-feira a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado.
Em painel do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) sobre política monetária em um contexto de mudanças climáticas, Guardado afirmou que o impacto do nível baixo de precipitações subtrai cerca de 1,5 ponto percentual do Produto Interno Brasileiro (PIB) ao ano.
A diretora disse que apenas em 2021 o índice de chuvas ficou 25% abaixo da média dos anos anteriores, o que criou situação de estresse principalmente em preços de energia e alimentos. Segundo ela, a bandeira tarifária de escassez hídrica que vigorou no país teve influência relevante sobre o desvio da inflação.
Na apresentação, Guardado afirmou que o Banco Central está trabalhando para publicar um documento que trará avaliação de risco climático para o sistema financeiro nacional.
A análise, segundo ela, será focada em impactos sobre o crédito e em riscos fiscais relacionados a secas extremas. Em um segundo momento, o BC avaliará riscos relacionados a outros fatores climáticos, como enchentes.
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