Churrascão da Bolsa: BB indica ações da JBS, BRF, Marfrig e Minerva
O BB Investimentos atualizou nesta terça-feira as recomendações e preços-alvos das ações de proteína animal com horizonte no final de 2020. Com isso, JBS (JBSS3) tem preço-alvo em R$ 33,00, BRF (BRFS3) em R$ 45,00, Marfrig (MRFG3) em R$ 10,00 e Minerva (BEEF3) em R$ 10,50, todas com recomendação outperform.
As avaliações dos analistas foram alteradas para incorporar os números operacionais melhores do que o esperado para proteína animal, a adoção da norma contábil IFRS-16, as menores taxas de juros no Brasil que permitem às empresas reduzir seu custo de dívida e melhorar a estrutura de capital, principalmente as mais alavancadas; e também a valorização do dólar.
A equipe do BB-BI notou, ao longo de 2019, uma alta nas ações das empresas e, sob sua cobertura, a JBS foi destaque após crescer 150% no acumulado do ano, a BRF ficou em segundo lugar com + 69%, Marfrig + 63% e Minerva + 66%.
Os analistas chamam atenção também para a notícia de ontem (09), do anúncio da Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China (GACC), que autorizou 25 plantas brasileiras para exportar para o país asiático, o que reitera a visão positiva para o setor à frente.
Considerando os números acumulados até agosto, os volumes exportados de carne bovina aumentaram significativamente 13% a/a, enquanto a carne suína exportada aumentou 17% a/a. As exportações de aves, por sua vez, mostraram um aumento marginal de 1% a/a em volume, dada a restrição contínua da UE a algumas unidades de aves.
No mesmo caminho positivo, destaque para o aumento de 2% a/a nos preços da carne bovina em dólares norte-americanos em agosto, pela primeira vez este ano, o que pode indicar uma reversão na trajetória negativa observada desde janeiro de 2019, que, por sua vez, continuou sua tendência de alta e cresceu 7% a/a no mesmo mês, enquanto os preços da carne suína apresentaram um aumento significativo de 23% a/a, confirmando o ritmo positivo observado pelo quarto mês consecutivo.
JBS
Para o BB-BI, a JBS demonstrou melhorias sequenciais t/t vendo novos ganhos advindos do contexto da gripe suína africana. Dada uma posição de liquidez mais confortável e a alavancagem alcançada no 2T19 (2,78x), a administração declarou na teleconferência dos resultados do 2T que o crescimento inorgânico está de volta ao radar da empresa.
Nesse sentido, no início de setembro, a PPC anunciou a aquisição da Tulip, produtora líder de suínos e alimentos preparados, com operações no Reino Unido. Embora a JBS não tenha aprovado novas fábricas para exportar para a China neste primeiro anúncio sobre o assunto, os analistas enxergam a diversificação geográfica e de proteínas da empresa, permitindo que ela capture valor adiante. No total, as estimativas foram revistas. Portanto, a classificação implica um EV/EBITDA 20E em 6,5x.
BRF
A equipe do banco destaca que a BRF apresentou fortes resultados que surpreenderam positivamente o mercado no 2T19. Ponto positivo para a eficiência na gestão do capital de giro, que permitiu à empresa manter o ciclo financeiro abaixo da média de três anos com um fluxo de caixa livre positivo. Como resultado, a dívida líquida diminuiu 2% t/t e, juntamente com a melhoria reportada no EBITDA, a alavancagem caiu para 3,74x, de 5,64x no 1T19.
Considerando os fortes resultados e o cenário positivo surgido com a gripe suína africana as estimativas foram revistas, com atualização do preço-alvo.
Marfrig
Em 2019, a Marfrig mostrou resultados consistentes, apoiando um desempenho positivo na divisão América do Norte, descreve o BB-BI. Como resultado, a empresa alcançou um fluxo de caixa livre positivo pelo quarto trimestre consecutivo no 2T19. A Marfrig também mostrou melhorias na estrutura de capital por meio de um processo bem-sucedido de gerenciamento de responsabilidades, que permitiu à empresa sustentar sua alavancagem em níveis baixos.
No 2T19, a dívida líquida/EBITDA ficou em 2,65x vs 2,76x no 1T19. Para o 2S19, a demanda consistente nos EUA e o cenário promissor para a demanda internacional ainda devem compensar o fraco consumo no Brasil. Para os analistas, nesse sentido, sua presença na América do Sul permite à empresa capturar ganhos com o cenário gripe suína, aumentando a utilização da capacidade, os volumes de exportação e, consequentemente, as margens.
Minerva
Para o BB-BI, a Minerva também mostrou resultados positivos em 2019. A demanda internacional impulsionou o abate no Brasil e na Athena Foods. Como resultado, a empresa relatou um aumento na utilização da capacidade a/a, o que é positivo, pois essa trajetória leva a empresa a uma maior diluição dos custos fixos.
Além do aumento no volume de exportações, destaque para a efetiva gestão do capital de giro que contribuiu para o fluxo de caixa livre positivo da empresa pelo sexto trimestre consecutivo no 2T19.
Na visão da equipe, os resultados observados e o cenário positivo para o setor de proteína animal levaram à revisão. Eles mencionam que não estão considerando nenhum aumento de capital no nosso modelo e, apesar da forte alta já observada para BEEF3 (+ 66% no acumulado do ano), ainda há outras vantagens a serem capturadas.