Chineses ricos sinalizam gastos moderados em 2020 e mau presságio afeta setor de luxo
Consumidores chineses podem estar menos dispostos em gastar com itens não essenciais, o que não é um bom presságio para empresas de luxo, de acordo com o Sanford C. Bernstein.
Uma demanda mais moderada por parte de clientes chineses abastados pode afetar as perspectivas de crescimento de empresas de luxo na ausência de outras intervenções na política monetária e impasse nas negociações comerciais EUA-China, escreveu Luca Solca, analista do Bernstein, em nota resumindo as conclusões da corretora após uma viagem de duas semanas à China.
Indicadores apontam para uma desaceleração dos gastos discricionários no país, o que significa que o setor de bens de luxo pode estar perto de um “platô temporário”, disse Solca.
Millennials chineses que gastam com roupas e bolsas caras, joias e relógios de luxo têm sido um motor crucial de crescimento para empresas como LVMH e Kering, Moncler e Richemont durante o boom dos últimos anos. Os sinais de desaceleração dos gastos na China provavelmente pesarão sobre as ações dessas empresas, que têm sido beneficiadas por um forte rali.
A recente viagem de campo “aponta para um ambiente moderado de gastos de luxo” em 2020, escreveu Solca. O impacto negativo dos protestos em Hong Kong também deve durar até o primeiro semestre de 2020, acrescentou.
Uma “polarização” entre as marcas de luxo com melhor e pior desempenho deve continuar, segundo o analista. Ele vê marcas como Louis Vuitton, Christian Dior, Gucci, Chanel e Hermes International com desempenho mais positivo.
A LVMH, cujas ações subiram para nível recorde esta semana, está entre as empresas com melhor desempenho no índice europeu Stoxx 600 de bens pessoais e domésticos este ano, com valorização de 56%.
As ações da Moncler subiram 30% no período. Por outro lado, a fabricante alemã de roupas Hugo Boss e a Swatch, da Suíça, acumulam baixa este ano de 27% e 3,2%, respectivamente.