China x EUA: Como ficará a relação entre os países com a vitória de Trump?
O candidato Donald Trump venceu as eleições para a presidência dos Estados Unidos na manhã de quarta-feira (6). O republicano concorria contra a atual vice-presidente, Kamala Harris, e começará seu segundo mandato a partir de 20 de janeiro de 2025.
Apesar dos EUA serem o país com a maior economia mundial, eles possuem um concorrente: a China. E, a campanha presidencial de Trump deixou claro que o país asiático é um grande adversário na ordem internacional.
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Contudo, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou durante uma entrevista, na quarta, que o país continuará a trabalhar com os Estados Unidos, com base no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação vantajosa para todos.
“Nossa política em relação aos EUA é consistente”, declarou Mao Ning. “Continuaremos a ver e a lidar com as relações entre a China e os EUA de acordo com os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha”.
Qual o futuro das relações entre China e EUA?
O plano de governo de Trump indica uma adição de tarifas de, pelo menos, 10% sobre todas as importações de países externos. Contudo, para a China, a tarifa sobe para 60%. Em comparação, no primeiro mandato do republicano, as tarifas variavam entre 7,5% a 25%.
De acordo com a estimativa publicada pelo Peterson Institute for International Economics, em maio, essas tarifas podem custar a uma família de renda média cerca de US$ 1.700 por ano.
Atualmente, a China vende mercadorias no valor de mais de US$ 400 bilhões por ano para os EUA e centenas de bilhões a mais em componentes para produtos que os norte-americanos compram de outros países.
Considerando este valor com as tarifas, a China pagará mais de US$ 240 bilhões por ano nas exportações aos Estados Unidos.
Segundo estrategistas chineses, eles esperam uma retórica mais inflamada e tarifas potencialmente incapacitantes de Trump. Apesar de alguns afirmarem que sua política externa isolacionista poderia dar a Pequim um vácuo para expandir sua influência global.
“Devido à alta imprevisibilidade de Trump, acho que é difícil para a China dizer que há um plano totalmente formado para fazer ‘x’ quando Trump chegar ao poder”, afirmou Da Wei, diretor do Centro de Segurança e Estratégia Internacional da Universidade de Tsinghua. “Isso também depende das políticas que o governo Trump implementará”.
O membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace, Tong Zhao, acredita que Pequim está cautelosa com a possível retomada da guerra comercial com Trump, especialmente com os desafios econômicos internos da China.
Em resposta, a China provavelmente intensificará sua pressão por maior autossuficiência tecnológica e econômica. Além disso, Zhao acredita que o país asiático sentirá mais pressão para reforçar os laços econômicos com países como a Rússia.
*Com informações da Reuters.