China suspende programa entre bolsas de valores de Londres e Xangai
A China suspendeu temporariamente um link entre as bolsas de valores de Xangai e Londres, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
A decisão de suspender o programa “London-Shangai Stock Connect” foi motivada por considerações políticas e nenhum prazo foi dado para reiniciar a operação, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
A Comissão de Valores Mobiliários da China e a Bolsa de Valores de Xangai não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Bloomberg. A suspensão foi informada anteriormente pela Reuters.
O link Londres-Xangai foi criado para permitir que empresas listadas em uma bolsa emitissem ações na outra. Embora um acordo para algum tipo de conexão estivesse em andamento desde pelo menos setembro de 2015, o link em Londres só começou a operar em junho do ano passado – e apenas algumas empresas manifestaram interesse.
Os fusos horários e as diferenças de regras dificultaram a tentativa de estabelecer um link de trading semelhante ao que outras bolsas possuem com Hong Kong.
A postura do Reino Unido sobre os protestos em Hong Kong seria uma das questões que levaram à suspensão, e uma decisão final dependeria do andamento das relações com o país, disse uma das pessoas.
Em conversa com repórteres em Pequim na quinta-feira, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse que “não estava ciente das especificidades” do assunto.
“Gostaria apenas de enfatizar que esperamos que o Reino Unido proporcione um ambiente não discriminatório justo e aberto para as empresas chinesas investirem, e esperamos que crie condições justas para a cooperação prática entre os dois países.”
“Parece uma maneira de baixo custo para o governo chinês se posicionar sobre a questão de Hong Kong”, disse Hao Hong, estrategista da Bocom International. “É uma jogada simbólica, e não espero que isso tenha impacto nos mercados.”
Um representante em Pequim da London Stock Exchange direcionou as perguntas ao escritório do Reino Unido quando contatado pela Bloomberg. Uma porta-voz do Ministério das Finanças do Reino Unido não quis comentar o assunto com a Reuters.