China refuta genocídio em Xinjiang e diz que portas estão abertas à ONU
A China rejeitou nesta segunda-feira os “ataques caluniosos” sobre as condições dos muçulmanos uigures que moram em Xinjiang, enquanto potências europeias e a Turquia expressaram preocupações e pediram acesso para a Organização das Nações Unidas (ONU) ir à região remota do oeste chinês.
Ativistas e especialistas de direitos humanos da ONU dizem que ao menos um milhão de muçulmanos estão detidos em campos em Xinjiang.
A China nega abusos e diz que seus campos proporcionam treinamento vocacional e são necessários para se combater o extremismo.
O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, disse ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que seu país está adotando medidas de contraterrorismo de acordo com a lei e que Xinjiang desfruta de “estabilidade social e desenvolvimento robusto” depois de quatro anos sem nenhum “caso terrorista”.
Existem 24 mil mesquitas em Xinjiang, onde pessoas de todos os grupos étnicos também desfrutam de direitos trabalhistas, disse ele.
“Estes fatos básicos mostram que nunca houve o chamado genocídio, trabalho forçado ou repressão religiosa em Xinjiang”, disse Wang. “Tais acusações inflamatórias são fabricadas por ignorância e preconceito, são simplesmente falatório maldoso de motivação política e não poderiam estar mais distantes da verdade”.
Wang acenou para uma investigação da ONU, mas não mencionou datas.
“A porta de Xinjiang está sempre aberta. A China também dá as boas-vindas a uma visita da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos a Xinjiang”, disse ele em referência a Michelle Bachelet, cujo gabinete vem negociando as condições de acesso ao país.