China reduz demanda interna e pode custar 2,5 pp no crescimento do Brasil por ano
A China não será mais a força motriz da economia global. E isso deve custar caro aos principais parceiros comerciais do país, principalmente o Brasil.
Tido como um dos grandes exportadores ao país asiático, a desaceleração da demanda chinesa pode retirar 2,5 pontos percentuais (pp) no crescimento econômico nacional por ano.
“Os países que mais sofrerão são aqueles cujo crescimento foi impulsionado pelas exportações para a China, em particular América Latina”, comenta o economista do Natixis, Patrick Artus. Além do Brasil, ele cita também também Chile e México.
O banco francês estima um impacto anual de 2,5 pp na economia brasileira, considerando-se as exportações brasileiras para a China, em valores. Dados mostram que as vendas nacionais ao gigante asiático representam quase 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em termos nominais.
O economista explica que tal impacto se deve à demanda interna estagnada da China. “O crescimento da China pode agora vir das exportações, mas muito pouco do consumo doméstico”, explica.
Outros países que também tendem a ser afetados são: Alemanha; países exportadores de petróleo, como a Rússia; além da Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietnã, no sudeste asiático; bem como os vizinhos Japão e Coreia do Sul.
China sem força
Mais do que os efeitos do setor imobiliário, em meio à crise das dívidas das incorporadoras, e dos impactos da política de Covid Zero, a China sente impactos estruturais na economia.
Os principais pontos são a desaceleração demográfica e o excesso de poupança, devido ao sistema previdenciário inadequado.
“O envelhecimento populacional reduz a força de trabalho e, portanto, o crescimento da renda. Já o pequeno tamanho do sistema previdenciário organizado leva os chineses a economizar muito”, explica Artus, do Natixis.
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